Fazendo planos

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Ele estava ouvindo os sussurros, ciente dos olhares, das conversas sobre ele. Ele sempre esteve ciente de tudo ao seu redor, ou pelo menos desde o quinto ano, quando as coisas ficaram difíceis na escola, no Mundo Mágico e em sua 'casa'. Mas isso estava ficando irritante. Lembrou-lhe o primeiro dia em Hogwarts no seu tempo, onde todos cochichavam e apontavam para a cicatriz em sua testa. Ele esperava que acabaria em três dias, mas apenas continuou. Ele poderia matar a próxima pessoa que lhe perguntasse sobre as cicatrizes, e não só a da testa, como seria no primeiro ano, mas de todas que estavam visíveis.

Sacudindo os pensamentos, Harry Potter voltou sua atenção para a aula. Era o quinto dia no passado, e estavam na aula de Transfiguração com a Minnie. Harry havia feito amizade com James e Sirius, após os dois verem Harry "jogar" com o "professor" Luan Bole. Na verdade, Bole parecia uma versão de Severo Snape – adulto – e Harry estava mais do que feliz em brincar com ele. Oh, ele não superou sete anos com Snape para ser vencido por Bole. Balançando preguiçosamente a varinha, Harry conjurou um pedaço de pergaminho na frente dele e na frente de Hermione, que estava sentada duas mesas ao lado dele.

"O que foi?", a caligrafia de Mione apareceu no papel a sua frente. Pegando a pena esquecida em cima de sua mesa, Harry respondeu:

"Precisamos conversar", ele parou por um momento e depois continuou "Na Sala Comunal, após todos terem ido dormir, então à uma hora da manhã".

"Ok", houve uma hesitação. "Aconteceu alguma coisa? Você viu alguma coisa?"

"Não, mas sinto que vai acontecer algo em breve".

Harry ouviu ela suspirar e sabia que ela estava exausta de lutar; ele também estava. Mas se tudo ocorrer certo, eles terminariam em pelo menos dois anos.

"E infelizmente seus pressentimentos sempre estão certos", ele podia ouvir o riso por trás das palavras e ele olhou para Hermione, que o observava pelo canto do olho. Ele não pôde esconder o sorriso. "Eu estarei lá".

"Ok", e Harry observou as palavras desaparecendo do papel; cortesia de Draco Malfoy.

Draco tinha se voltado a eles no que seria o final do sétimo ano, e trouxe todos os planos e futuros dos Comensais da Morte para eles. A Ordem ficou cautelosa com ele e muitas farpas foram trocadas entre Harry e Draco e Ron e Draco antes de serem amigáveis. Após tudo, Draco Malfoy e Harry Potter se tornaram amigos e depois melhores amigos. Eles fingiam que brigavam apenas para trazer sorrisos e risadas, que sempre eram acompanhadas de agradecimento por isso. Para alguns, era o último riso. Depois de Ron morrer e Harry afastar as pessoas, Draco o trouxe de volta, dizendo que estaria lá e não o deixaria. E Harry não pôde deixar de se sentir culpado em deixá-lo. O pensamento reconfortante era que estava fazendo um futuro de paz e uma família não-sombria para ele, Draco Malfoy, seu melhor amigo.

Balançando novamente a varinha, Harry desapareceu com o papel e não notou quatro pessoas o observando enquanto voltava para seus pensamentos. "Pode não ser cruel se lembrar daquele tempo, afinal", Harry pensou distraidamente, lembrando dos dias tranquilos.

…OoO…

— O que foi isso? — Padfoot perguntou.

Peter Pettigrew apenas assentiu para a pergunta. O que foi aquilo? Hadrian Moore simplesmente conjurou um pedaço de pergaminho e escreveu nele, possivelmente para Isabela Watson. Hadrian, Peter determinou, era misterioso. Ele apareceu cinco dias atrás, fez uma pequena amizade com Prongs e Padfoot, ficou no dormitório deles, tem cicatrizes e se dá bem em todas as classes. É gentil, sarcástico, brincalhão, definitivamente forte e inteligente. Rabicho lhe falava para confiar nele, mas manter um olho. Peter fez exatamente isso.

Presos no PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora