A ida ao Passado

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"2001, Setembro, Mansão dos Potter"

Era mais uma noite fria. Vento vindo com uma soprada forte, céu sem estrelas e tempo fechado e gelado. Como todos os quatro anos que tinha sido. Parecia que o céu chorava todas as noites pelas mortes que a guerra trouxe. A guerra que começou com pequenos ataques, golpes. E após a morte de Alvo Dumbledore, tudo desmorou. Semana por semana as pessoas temiam pelas suas vidas e de seus parentes. Foi de pequenos ataques à ataques maiores, a trouxas e bruxos. E quem podia derrotá-lo? Harry Potter, O-Garoto-Que-Sobreviveu, O Escolhido. Ele suportou toda a guerra, todas as mortes. E quando finalmente derrotou Lord Voldemort, o esperado era que os Comensais da Morte caíssem junto, certo? Errado. Agora atacam sem controle, sem ter realmente alvos. O que era para ser um alívio, virou um inferno. Poucos países estavam de pé, lutando contra o exército de Tom Riddle. Grã-Betanha era uma que já tinha afundado. Mas quem sobrou lá ainda lutava por seus valores. E nessa noite, começa nossa história.

— Hey, Mione! — chamou Harry Potter. Seus olhos verdes cansados e mais maduros, postura reta e séria. O olhar, se alguém visse de perto, era de uma pessoa que tinha visto muito mais que qualquer uma. A postura era parecido com um soldado, pronto para lutar pela vida de seus amigos e a sua.

Ele vestia uma camisa vinho com uma calça jeans preta em conjunto com tênis pretos. Seus cabelos bagunçados pretos ia até a orelha, seus olhos verdes eram destaque já que não usava mais óculos. Sua bengala descansava agradavelmente ao seu lado, enquanto a luz do cômodo iluminava seu rosto e dava para ver precisamente suas cicatrizes e seus olhos verdes.

— O que, Harry? — uma voz feminina familiar perguntou, sua testa franzida, com preocupação. A garota vestia uma camisa azul marinho com calças jeans preta, em conjunto com tênis pretos. Seus cabelos cacheados castanhos iam até três palmas abaixo do ombro, seus olhos marrons procuravam pelo perigo.

Hermione Granger, também com olhos cansados e mais velhos, veio ao encontro do amigo. O único que restou na Inglaterra. Ela também tinha cicatrizes agora. Uma pequena na garganta e perto da sobrancelha. Em seu braço esquerdo tinha um corte longo, de seu pulso até seu ombro, nas costas arranhões de Lobisomem e em sua perna direita a palavra "Sangue-ruim", feita na mesma Mansão de Harry. Ela ainda tinha alguns esparmos por causa da tortura. Mas não ficou ferida quando o teto desmorou; Harry a empurrou para longe e não deu tempo dele mesmo sair quando caiu o teto. Naquela tarde, seu coração parou quando pensou que tinha o perdido.

— Eu encontrei isso aqui. Parece um vira-tempo, mas é um pouco diferente do nosso terceiro ano. Veja, esse tem areia marrom-esmeralda, e tem alguma coisa escrita. Provavelmente em runas — ele explicou, mostrando o vira-tempo para a amiga e se apoiando na bengala.

— Me deixe ver — ela pediu, pegando-o. — Fala…"Quem isto encontra, é o escolhido. E esse Vira-Tempo o levará até onde você precisa. Com seu amor e família, irá mudar tudo e para melhor. Boa sorte, escolhido". Isso quer dizer…

Mas Hermione nunca terminou. Harry a agarrou e tudo começou a rodar, as palavras desaparecendo e cenas formando a seu redor. Cenas do passado deles. Harry e Hermione lutando, eles enterrando pessoas, Ron, Hermione e Harry lutando juntos, o trio caçando as Horcruxes, a morte de Dumbledore, a batalha no Departamento de Mistérios, Voldemort retornando, Sirius contando a verdade, as conversas e risadas no segundo ano, a lealdade no primeiro e a inocência... Harry e Hermione só queria que parasse, que parasse de relembrar os momentos de alegria juntos, onde nada parecia que iria superá-los, e que só teria alegria e paz. Era claramente uma mentira. Ron Weasley não estava com eles. Num piscar de olhos, a areia marrom-esmeralda envolveu os dois e Harry Potter e Hermione Granger desapareceram da casa. Ou melhor, daquela década.

Presos no PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora