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Já haviam passado mais de vinte minutos desde que Hoseok acordara, porém ele continuava fitando o teto da sala como se fosse uma mera estátua dentro do seu próprio apartamento. A dúvida era cruel: Ele deveria lutar contra tudo aquilo que o impedia de ir e realizar o seu teste de cálculos ou deveria ficar em casa e se esforçar para sonhar mais um pouco?

Algo dizia a Hoseok que ele não teria o privilégio de sonhar com Hyungwon uma segunda vez no mesmo dia, e isso foi comprovado quando ele fechou os olhos e tirou uma soneca de vinte minutos em que a sua mente estava completamente escurecida, nenhum sonho e nenhum pesadelo.

Deixou de lado a sua vontade de abandonar a vida universitária e se arrumou sem vontade alguma, acabando por sair de casa sem pentear seus cabelos ondulados que antes eram tratados com todo o carinho e cuidado. Hoseok saiu de casa com o fichário abraçado contra o peito e na sua mente passavam-se alguns flashes do dia anterior em que corria desesperadamente do seu agressor. Embora não entendesse o motivo de tanto ódio, Lee havia aceitado as ofensas e as agressões dentro do campus, mas esse novo episódio havia sido extremamente traumático a ele. Hoseok sentia suas mãos suarem e tremerem enquanto olhava o tempo todo para trás e para o lado, como se alguém fosse surgir do meio do mato para ataca-lo em plena luz do dia – o que estava prestes a acontecer dia anterior –. Os sintomas do transtorno de ansiedade se afloravam mais a cada dia e a única certeza que ele tinha agora é que acabaria em um hospital por conta da adrenalina que o causaria um infarto.

Dessa vez temer o infarto não era uma piada de mal gosto.

Hoseok adentrou a instituição cabisbaixo e assim seguiu até que estivesse na sua sala de aula, onde era mal olhado por todos não que isso fosse algum tipo de novidade . Enquanto realizava o seu teste, a sua mente era tomada de pensamentos envolvendo Hyungwon e seus sonhos estranhos. O garoto pálido parecia estar tão próximo mas, ao mesmo tempo, tão distante de si e as coisas que aconteciam na sua mente e coração estavam se tornando tão inexplicáveis que ele literalmente sentiu vontade de vomitar de nervoso só de raciocinar sobre.

Ele sentia saudade de Hyungwon durante a tarde e ansiava por vê-lo de novo, então contou os minutos para poder sair daquele cubículo e finalmente ir para casa, onde teria uma das suas experiências de cura.

Não pareceu uma má ideia ir até a grande sala de coordenação da universidade apenas para perguntar sobre Hyungwon, então Hoseok decidiu fazer isso no momento em que passou pela porta da sua sala de aula. Infelizmente ele teve de apertar os passos e aproveitar o corredor vazio – além de sair antes do planejado –, para que não fosse notado por Jang ou qualquer outra pessoa que pudesse entrega-lo nas mãos dele.

O ondulado deu algumas batidas na porta e esperou até que ela fosse aberta, então sorriu fraco e cumprimentou formalmente os coordenadores que estavam tomando conta das suas papeladas rotineiras e das câmeras de segurança – que ironicamente pareciam desligadas sempre que Hoseok apanhava –.

Boa tarde, srta. Woo e sr. Kang.

Boa tarde, Lee Hoseok. Em que posso ajuda-lo? A srta. Woo perguntou, simpática.

Hoseok poderia listar por ordem alfabética e cronológica tudo exatamente o ela poderia ajuda-lo, porém dessa vez nada disso passou pela sua cabeça. Ele só tinha um interesse.

– Eu quero me informar sobre um aluno.

– Oh, claro. Qual seria o nome? – Ela perguntou.

– Chae Hyungwon.

A sala tornou-se quieta por um instante, então a voz do outro homem preencheu o ambiente.

– Esse garoto não estuda mais aqui. – Sr. Kang o respondeu sem tirar os olhos da papelada. – Desde o ano passado, se quer saber.

dream ↠ hyungwonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora