Capítulo 3 - Little girl

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E aí meninas como estamos?

Queria dizer que será uma história de temática espírita, falarei aqui de reencarnação, destino, mediunidade. No entanto em caráter puramente fictício e sem pretensão de ensinar a doutrina nem nada disso ok? Não será tão longa quanto as minhas outras histórias, mas ainda assim temos uma enorme jornada a percorrer. 

Acima de tudo será uma mensagem de amor, de coragem, superação. 

Agradeço quem está lendo e comentando. Obrigada.

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POV LAUREN

- Doutora, ela entrou em convulsão! Lucy, a enfermeira, falou com urgência e corri até o leito onde a paciente estava. A crise havia começado e posicionei-me a cabeceira do leito para segurar sua cabeça levemente lateralizada, de maneira a esperar até que a crise cessasse.

- Coloque travesseiros nas grades do leito para que ela não machuque os braços. Pedi a Vives, que prontamente pegou os acessórios no armário da sala de emergência, posicionando-os nas grades. – Me passe a anamnese.

- A paciente tem 27 anos, chama-se Camila. Chegou com muita febre, palidez, sudorese. Delirava balbuciando algumas palavras baixas, mas depois desmaiou completamente. A família relata que ela estava depressiva e provavelmente não se alimentava bem há um bom tempo.

Assenti, olhando o rosto da mulher jovem, que ainda tremia sob minhas mãos. Seus lábios estavam roxos e a pele bem fria. Os cabelos suados. Um pouco de saliva começou a sair por seus lábios e inclinei um pouco mais a cabeça para que ela não engasgasse. Olhei para o monitor para ver seus sinais vitais. O coração estava acelerado, o que era normal em meio a crise, e o oxigênio ainda estava nos parâmetros, embora devesse estar maior considerando a idade da paciente. Em casos de convulsão só devemos esperar a crise passar protegendo a cabeça para evitar traumas. A cabeça de lado evita que a língua desça e que o paciente sufoque ao engasgar com a saliva ou vômito.

- Alguma doença respiratória relatada?

- Não doutora. Nada relatado pelos acompanhantes.

Os tremores começaram a diminuir pouco mais de um minuto após a crise, até que pararam. Repousei sua cabeça no leito com cuidado, e chequei seu pulso ao mesmo tempo em que ouvia sua respiração com o estetoscópio.

- A respiração me parece com ruídos. Preciso de uma radiografia de tórax no leito e exame de sangue completo. Vamos colocar uma máscara de oxigênio e administrar soro glicosado a 5% rápido. A convulsão provavelmente ocorreu pela febre alta associada a provável desnutrição. Administre antitérmico também.

- Sim, doutora.

Lucy correu até a enfermaria, enquanto me mantive ali. Num súbito, olhei para a porta da emergência quando me lembrei da garotinha que me pediu para salvá-la. Ela parecia assustada. Talvez fosse sua filha ou irmã. O rapaz loiro lá fora provavelmente devia ser o pai. Alguém deve ter tirado ela da sala, assim que a enfermeira gritou por mim. Tudo aconteceu tão rápido que nem pude olhar a menininha. Coloquei minha mão na testa da paciente mais uma vez, enquanto observava seus sinais vitais no monitor. Ela era jovem, e sua aparência pálida e cansada não conseguia ocultar sua beleza. Por um momento, pensei no que poderia ter acontecido a ela para estar depressiva.

A enfermeira voltou com as medicações prontas e com ela os demais ajudantes para fazer a radiografia e coletar o sangue. Minha suspeita é que houvesse um possível quadro de pneumonia, o que justificaria os chiados e a febre alta. O sangue fora coletado e a medicação administrada junto ao soro glicosado. Camila parecia desnutrida e desidratada e precisamos repor essa perda para que ela tivesse forças fisiológicas de lutar contra a possível pneumonia.

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