Plutão

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            Rotineiramente, acordava. Rotineiramente, levantava-se. Rotineiramente, vivia. Mas, em um não tão belo dia, o inesperado aconteceu. A rotina abandonou-o. Suas definições já não eram tão exatas, sua própria rotina cansou-se de acompanhá-lo. Irônico, não? Mas tudo bem, ser abandonado assim não é tão ruim quanto parece. Uma jornada gerou-se a partir da fragmentação dos dias rotineiros.

       O icônico encontro entre o jovem e o ancião terminou em dança. Ao fundo, ouvia-se o resquício da marcha dos partisans. Partisans? N'aquela época? O tecido do espaço-tempo fora rompido? Duvido, mas não reivindico sabedoria sobre qualquer fato ou ação – ocorridos ou não -, afinal, nunca vi situação como essa ocorrer, é normal que haja problemas na matrix.

       Estão prestes a notar? Perceber-te-ão? Se eu fosse tu, não contaria com isso. Teu mundo desaba, Plutão, mas ninguém há de notar. Tuas verdades se mostram como mentiras nuas e cruas, Plutão, mas ninguém há de notar. Não, não confunda-te, importam-se, só não notam. Não, não decepcione-se, eles tentam, só não conseguem. O mesmo acontece com ti, há tanta coisas que não sabes, mas como não sabes que não sabes, acha que sabes. 

Universo Arcano - uma epifania regradaOnde histórias criam vida. Descubra agora