Capítulo 2.

3.1K 302 92
                                    

Lili Reinhart.

Abro a porta e já sinto o cheiro de naftalina e coisa velha. Me encosto na lateral da porta observando o meu quarto.

O seu tamanho é médio, seu piso é de madeira, possuí uma janela na sua parede amarelada. Lembro de quando coloquei os post'rs - Que agora estão desgastados em uma das paredes com luzinhas. Tem uma estante de madeira velha com livros velhos no canto da parede onde já li e reli todos.

Já passei tanta coisa dentro desse cômodo. Chorei, falei da vida alheia com a Camila, ri muito. Sinto saudades de algumas coisas.

Pego minha câmera e tiro uma foto. Sim eu gosto de sair fotografando as coisas. Acho que é uma vicio meu que peguei quando tinha depressão. Me sentia sozinha, sufocada, presa e foi o meu maldito pai que me deixou assim.

Quando eu era menor, porque só tenho 1.68. Nunca gostava de ir pra festinhas da escola, especialmente a do Dia dos Pais. Era triste não ter pra quem escrever um Feliz dia dos Pais em um pedaço de papel em formato de coração, como uma criança normal.

Não tinha quando eu chegasse em casa falar "Parabéns Papai, o senhor é o melhor pai do mundo. Eu te amo!" E receber um abraço, um beijo e um "Eu também te amo", de volta. Não tinha ninguém pra eu dar presentes, abraços e carinho.

Mas pra isso eu tenho a minha mãe que substituiu esse completamente desconhecido em minha vida, e me deu muito amor e carinho. Dona Alice é um exemplo de pessoa: batalhadora, independente, sonhadora, e outras coisas que não da pra descrever essa mulher que tanto amo.

Tenho a Camila e o Kj o típico casal de amigos que me deixam segurando vela, mas não me importo, amo muito os dois. E o Casey, meu melhor amigo. Com eles posso contar tudo e me sentir uma pessoa normal. Eles me ajudaram e ajudam muito nessa minha fase. Não tenho muitos amigos só eles mesmo, pra mim é o necessário.

Tem também o meu primo Hart, o galinha que onde passa tem uma garota na sua cola. Na época ele tentou me levar em uma festa que ia acontecer aqui perto para socializar e esquecer um pouco as coisas.

Mas não deu muito certo não. Porquê?

Porque uma de suas peguetes pensou que eu estava com o Hart de um jeito amoroso. Imagina eu e o Hart? Não. Absolutamente não! Ela fez o maior barraco atraindo olhares para minha pessoa que nem sequer falei nada, e só fui embora depois disso. Sequer vi quem era o dono da festa.

Falei de todos e ia esquecendo a mais importante. Minha querida e antiga câmera, que me fez olhar o mundo com outros olhos. Ganhei ela do vovô quando tinha acabado de completar 15 anos.

Lembro como se fosse hoje, eu deitada na minha cama no final do dia, comendo o bolo caseiro e lendo meu livro preferido 'Cidades de Papel do John Green'.

Vovô chegou com uma caixa toda estampada e com um largo sorriso no rosto. Falou muitas palavras bonitas que me fizeram até chorar na frente dele, coisa que é dificil pra mim. E hoje ela é uma das coisas que mais amo e que fez eu sair um pouco daquela escuridão que tinha dentro de mim.

É simplesmente uma das minhas melhores lembranças.

____________________________

Obrigada pelas 30 visualizações!

Pra mim significa muito. Pensava que não ia ter nem 1 visualização, aí do nada vem 30, adoro! 💞

Apenas Um Olhar | SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora