Capítulo 14.

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Olhem a tradução da música e a botem quando eu mandar.

..

- Não tente se desculpar, Tess! Que saco! Você nem sequer ligou pra saber como estava a Addy!

- Lili, não deu pra vir antes, e o meu celular pifou, não teve como ligar. - Ela mostra a tela do celular destruída.

-Porquê não deu pra voltar? Na semana passada você perdeu sua filha porque não deu pra prestar atenção na criança? Ou ela apenas evaporou da sua frente? - Não consigo conter a voz baixa.

-Eu sei que eu errei em deixar a Addy. - Sorrio irônica.

- Você erra desde que começou a sair constantemente e deixar a sua filha de lado. Você não se importa com a Addy. - Falo sem arrependimento. Porém, quando olho para a Tess, a vejo com lágrimas nos olhos.

Ela põe a chave do meu carro encima da mesinha. E sai do quarto feito um furacão. Vou atrás da minha irmã e a observo pegar Addy no colo e sair pela porta de casa.

Após a saída do papai de casa, a Tess mudou completamente, e apesar de saber que ela me culpa pelo afastamento do nosso pai, ela nunca falou diretamente isso a mim. É difícil não se sentir culpada quando vejo o que o desprezo do nosso pai fez com ela.

Quando a Addy nasceu a Tess parecia ter se reencontrado de novo, mas aparentemente tudo só foi uma fase boa. Estou sentada no sofá da sala e a mamãe chega.

- Que cara é essa, querida? - É incrível a capacidade que essa mulher tem de me ler.

Ela senta a meu lado e me puxa para um abraço.

-Discuti com a Tess. Acho que falei coisas que não deviam.

-Ainda bem que ela chegou. Lili, sua irmã não sabe o que faz. Não se culpe por ela. Eu mesma irei conversar com a Tess.

-Ela saiu com a Addy.

-Com certeza está na casa de uns de seus colegas. Porque você não levanta essa cabecinha e vai sair com seus amigos? -Indaga.

-Que amigos?

- Ezra, me falou de um rapaz que veio deixar você e a Addy em casa. - Olho para a mamãe e ela sorri de um jeito sacana.

- Não é isso que você está pensando.

-Sabe, Lili, eu adoraria que fosse. Você deveria ligar pra ele. - Dona Alice dá um beijo em minha cabeça e sai em direção ao seu quarto.

Vou para o meu quarto, a primeira coisa que faço é entrar debaixo do chuveiro. Ao sair do banheiro, e encostar os pés no chão gélido. Tiro um moletom, e visto por cima do pijama, e minhas pantufas de pato. Depois de vesti-las, percorro o corredor em silêncio, pois provavelmente a vovó e o vovô já estão dormindo.

Finalmente chego na cozinha. Procuro alguma coisa pra comer pois a minha última refeição foi de manhã. Procuro alguma coisa já feita dentro do armário, mas não encontro.

Lembro que tem uma caixa de pizza da noite passada dentro da geladeira. Pego às fatias que restaram e boto no microondas. Lá fora, está um clima absurdamente frio.

Sento em uma das seis cadeias da mesa, e observo o prato girando dentro daquela "caixa" de inox. Sinto alguém me observando. Olho pros lados e vejo minha mãe, me olhando com um rosto tão sereno. Como se eu fosse aquilo que ela sempre quis ter.

- Estava com sede - diz minha mãe descendo as escadas. - Pensava que estava dormindo.

- Estava com fome. Vim comer alguma coisa.

Apenas Um Olhar | SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora