sessenta e seis

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eu escrevo poesias ao espaço,
ele me dá tulipas
e eu agradeço.

oh, querido espaço,
por que ele és tão belo?
por que eu caí em seu encanto?
por que eu o amo tanto?
eu gostaria de saber.

acho que estou encrencada,
estou usando empatia demais,
o espaço entre nós
já não é mais vago,
o que eu fiz?
eu estou apaixonada outra vez?

se eu colocasse os meus lábios nos dele,
a noite ele lembraria deles,
lembraria como se precisasse de mim?
como se quisesse sangrar por mim?

seria muito legal
vê-lo me lendo
eu adoraria isso.

meu corpo se arrepiaria
e eu coraria.

espaço infinito
digno de minha paixão
diga-me qual é o próximo passo que devo dar?

siga os conselhos de tua amiga.
disse ele.

você acha que eu devo conversar com ele?
perguntei.

sim, pois como sua amiga disse: assim você nunca saíra disso. querida, você tem quinze anos, já chega de paixões platónicas.

mas eu tenho tanto medo, e não sei puxar assunto, o que eu faço?

seja você mesma, mas comece pelo "olá".
muitas pessoas são conquistadas por um "olá", sabia?

está bem, espaço, eu irei fazer, mas com o maior medo do mundo, pois como sabes sou uma medrosa de carteirinha.

o medo só nós dá mais fome, mas é ele que nós leva a fazer alguma loucura.

meus sentimentos são fataisOnde histórias criam vida. Descubra agora