compras encantadas

2.1K 363 487
                                    


Quinta-feira. Agosto de 2018.

— Se comporta direitinho, não anda longe das professoras e não faz bagunça ok? — falei mais uma vez enquanto ajeitava os cabelos ondulados da pequenina, a vendo bufar com certa impaciência quando chequei mais uma vez sua mochila pra ver se estava tudo ali dentro do jeito que tínhamos organizado logo cedo pela manhã. — Eu deixei dinheiro numa bolsinha para emergências e lá tem um papel com o número do meu celular, se precisar que eu te busque é só pedir para que me liguem.

— Papai, é só um passeio.

— Eu sei, bebê, mas cuidado nunca é pouco. — acariciei sua bochecha fofinha mais uma vez, a ajudando a colocar a mochila nas costas logo em seguida. — Aprende tudo direitinho e depois me conta sobre tudinho quando voltarmos pra casa, tá? Você sabe o quanto eu amo museus.

— Mas você já foi lá várias vezes!

— Ué, mas eu quero saber o que você vai achar.

— A Sana tá me esperando, papai. — ela reclamou enquanto olhava a melhor amiga de longe, o que me fez acenar para a outra pequenininha antes de voltar o olhar para minha filha. Assenti quando ela perguntou se poderia ir embora, e a vi se juntar ao grupo de amigas que logo fez festa com a sua chegada.

— Dahyun! — chamei quando ela começou a andar para longe, e acenei quando ela se virou. — Eu amo você!

— Eu também te amo!

E não pude evitar o sorriso largo e os olhos marejados quando a vi seguir na direção das professoras que organizavam tudo para que o ônibus pudesse sair no horário certo. Funguei baixinho, tentando evitar de qualquer forma chorar ali porque, céus, não eram os filhos que tinham que chorar por ficar longe dos pais? A cada dia que passo perto da minha filha, sinto que tenho me tornado mais babão.

— Pra onde ela vai? — o príncipe perguntou assim que acenou um tchau mais uma vez para Dahyun, dessa vez me olhando com atenção.

— Para um museu. Vai passar a tarde por lá.

— É perigoso?

— Não, nem um pouco, ela tem as professoras e a equipe de apoio, não tem perigo.

— E por que você tá chorando?

— Porque eu já to com saudade. — funguei enquanto secava as lágrimas que já se acumulavam nos cantos dos meus olhos, logo segurando a mão do príncipe com cuidado para que pudéssemos cumprir as nossas tarefas do dial as quais tinham sido bem definidas no dia anterior.

Durante a caminhada até o estacionamento, que foi relativamente curta, Jimin apertava minha mão na sua vez ou outra, como se me passasse força através daquilo, o que até que funcionou um tanto e me fez pensar que não era ruim ser um pai meio babão. Quer dizer, eu só tomo cuidado com a minha filha e não tem nada de errado nisso né? Ou isso me fazia parecer mais fraco ao olhar de quem eu gostava? Quer dizer, não que eu queira dizer que estou gostando do príncipe nem nada disso, mas se eu gostasse quem sabe isso não me faria parecer menos legal aos olhos dele? Céus, eu pareço muito bobo pensando em uma coisa dessas quando ele me olha sorrindo tão bonitinho.

Quando entramos no carro e colocamos o cinto de segurança, encostei minha cabeça no banco e respirei fundo, logo podendo sentir a mão do príncipe em minha coxa, o que me passou bem a mensagem de que ele estava ali pra ajudar se eu quisesse, mas também passou um arrepio todinho pelo meu corpo. Ele mexia comigo fácil demais, isso é um fato.

— Eu pareço muito idiota por estar chorando pela minha filha estar indo pra um passeio com a escola? — perguntei baixinho, meio que torcendo pra que ele não ouvisse, mas o silêncio dentro do carro fechado não ajudava muito.

conto de príncipes | vmin / pjm+kthOnde histórias criam vida. Descubra agora