conto de príncipes | vmin / pjm+kth

surpresas encantadas

Sábado. Setembro de 2018.

Sem querer parecer um bobo apaixonado, mas claramente já aparecendo, porque é assim que as coisas acabam se desenrolando quando se tem um príncipe irresistível em casa, acho que não poderia existir nada melhor do que acordar cedinho com cafunés e uma voz bem mais doce do que o berreiro do meu despertador.

Era um dia especial, o dia que Dahyun esperava há muitíssimo tempo, e acho que talvez eu estivesse tão ansioso e feliz pela data do que ela, não só por eu ter preparado quase tudo na noite anterior enquanto cantava músicas clichês de romance (e com algumas músicas da Disney no repertório), mas também pelo meu sorriso ter sido automático quando enfim despertei naquela manhã, no entanto essa parte eu não sei se deve a data mesmo ou pelo sorriso que tive a honra de ver assim que abri os olhos.

— Bom dia, Tae.

— Bom dia, príncipe. — falei antes de cobrir minha boca com a minha mão, poupando Jimin do meu hálito da manhã quando bocejei por conta do sono que ainda estava um tantinho presente no meu corpo. Ele não pareceu se abalar com o bocejo, na verdade isso só fez ele se aconchegar um pouco mais em mim.

Nas primeiras noites havia sido um tanto complicado de dormir junto a ele na cama, sabe? Era muito estranho ter a companhia de alguém no mesmo colchão depois de tanto tempo, mas quando fomos nos acostumando acabou que descobrimos nos encaixar muito bem até mesmo quando dormindo. Não que sempre ficássemos abraçados como estamos agora ou trocando carícias durante a madrugada, mas era perfeita a forma que nos acomodávamos juntos e talvez eu até gostasse de ir para a cama mais cedo se isso fosse sinônimo de passar mais tempo junto do príncipe.

— Você tá pronto pra hoje? — perguntei assim que me virei de frente para ele, dando de cara com o seu sorrisinho sonolento e satisfeito pelos cafunés que passei a deixar em seus cabelos loirinhos.

— Mais do que pronto! Sinto que vai ser incrível, ela vai ser incrível.

— Vai, não é? — sorri tão animado quanto ele, deixando um último carinho em sua bochecha antes de me sentar e colocar as cobertas de lado. — Então vamos começar a nos preparar, o dia tem que ser especial para Dahyun do início ao fim.

Nos levantamos apesar de qualquer preguiça e não demoramos muito em arrumar a cama de casal como a boa equipe que nós éramos, o que talvez tenha demorado só um pouquinho por conta da brincadeira de jogar travesseiros um no outro e quase cair por se enroscar nas cobertas que estavam no chão, e nossas risadas foram o suficiente para atrair para o nosso quarto uma princesinha sonolenta que também quis participar da brincadeira.

Nos vendo ali, três bobos felizes por simplesmente jogar almofadas um no outro e fingir ser atingidos gravemente pelo outro me fez notar que, céus, talvez minhas escolhas ali tivessem sido as certas desde o princípio. Digo, eu sei que eu não deveria bolar tanta coisa assim por algo que, de certa forma, era pequeno, mas eu gostava da ideia de que talvez tudo aquilo tivesse tornado as coisas mais leves e nos tivesse feito perceber o que faltava nas nossas vidas a partir do momento que elas começaram a ir por um caminho que não imaginávamos no começo.

Ter o príncipe ali era o que precisávamos, fosse pela sua risada quando quase tropeçava com frequência nas cobertas ou pela sua preocupação pura e verdadeira quando Dahyun dizia ter machucado alguma parte do corpo. Eu sempre soube que a minha pequena era muito confortável com o fato de ter pais separados e revezar pela companhia dos dois quando não era possível um feriado ou final de semana juntos, mas acabei descobrindo com o tempo que talvez ela gostasse mais de ter duas companhias em casa do que eu imaginava; talvez não fizesse tão mal assim ter uma família um pouco maior, e ela não parecia se opor muito a ideia.