Part Of Me | Supercorp

Retas Paralelas

Heey! Cumprindo a promessa, aqui está mais um capítulo.

Espero que gostem!

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Elas dirigiram por uma hora no escuro, meio assustadas, meio eufóricas, sem saber ao certo para onde estavam indo, mas seguindo em frente, porque era a única coisa que podiam fazer. Cada segundo tinha assumido uma relevância que Kara não queria perder. Ela estava apaixonada, estava excitada, estava temerosa, estava destemida — contradições que faziam todo o sentido e nenhum sentido. Talvez tivesse sido a adrenalina de fugir das circunstâncias que pareciam determinadas a caçá-las, mas era mais provável que fosse o ato de amor inacabado no hotel de beira de estrada, e a loira estava lutando para não implorar que Lena encostasse o carro e a deixasse fazer o que ela queria no banco de trás.

A tensão era latente entre elas, uma corrente que zumbia pulsante, como um ritmo acelerado de uma linha de baixo, e uma canção começou a se formar na mente da cantora, mais um sentimento do que palavras reais. Quando começou a cantarolar, Lena apenas olhou para ela, um sorriso nos lábios e uma sobrancelha arqueada, e Kara quase gemeu em voz alta, fechando os olhos contra o desejo que tinha de esperar, apenas um pouco mais. Ela se sentiu simultaneamente leve e infinita, flutuando ali, ao lado da morena, como se Lena a segurasse por uma corda.

Weightless and endless. Timeless and restless. Hopelessly breathless. — "Leve e infinita. Atemporal e inquieta. Desesperadamente sem fôlego". As palavras se infiltraram na cabeça de Kara, e seu desejo começou a compor um refrão sem pensamento consciente. Ela sabia quais seriam os acordes, e tomou nota do arranjo mentalmente, criando estrofes e uma ponte para combinar. Queria estar com o violão de Lena. Cantarolou conforme seguiam, compondo febrilmente.

— Não fique só fazendo som. Cante. — Lena encorajou.

A loira não queria cantar a letra em voz alta. Não queria assustar a outra. Lena não estava tão avançada nos sentimentos como ela. Ela estava ali. Tudo ou nada. Amor. Mas Lena não. E ela ali cantando sobre necessitar do infinito provavelmente não ia fazê-la alcançar mais rápido.

— Qual é a sua música favorita? — Kara perguntou, em vez disso. — Se eu souber, eu canto.

— Eu adoro qualquer coisa que você cantar. — Os olhos dela miraram o rosto de Kara e, em seguida, voltaram para a estrada.

A doçura dela comoveu a loira, e o desejo dela cresceu de novo, mais forte. Kara tremeu, desejando ter coragem o suficiente para dizer o que queria dizer.

— Cante. Por favor. — Lena pediu.

E assim ela fiz. Cantou até o interior do carro de Hank reverberar com sua voz, e seu coração ser retalhado pelos sentimentos que tentavam sair dela com unhas e dentes.

[...]

As duas estavam cansadas demais para seguir viagem por muito tempo, mesmo com Kara cantando para as manter acordadas. Lena pediu para que ela dormisse, mas ela não queria apagar quando sabia que a morena estava lutando para manter os olhos abertos. Concordaram em parar na próxima cidade grande e fizeram uma parada em um lugar chamado Guymon. Uma caixa d'água branca e grande reluzia de leve no escuro, o nome da cidade escrito audaciosamente em preto, dizendo a estranhos errantes, como as duas mulheres, exatamente onde estavam.

Havia um Walmart bem-iluminado e, ao que parecia, aberto vinte e quatro horas. As duas estavam com uma necessidade desesperada de roupas e suprimentos, mas precisavam ainda mais de sono, e dormir em um estacionamento escuro livremente pontuado com carros parecia mais seguro, no momento, do que dar entrada em outro hotel de beira e estrada. Fariam compras de manhã.