Ponto Crítico

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Graças à quarentena, eu finalmente voltei!

Eu vivo pedindo desculpas aqui, prometendo não demorar mais e aí levo mais uns meses pra atualizar kkkk

É que trabalhando e estudando, eu tava numa correria fodida, e já que agora não tenho nada disso pra fazer mais, consigo algum tempo pra escrever.

É isso, comentem, me xinguem e, pra qualquer coisa, é só me mandar uma mensagem.

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Lena pegou a primeira saída, uma cercada por comércios fechados e escuros. O posto de gasolina estava bem iluminado, vangloriando-se do serviço vinte e quatro horas e dos preços mais baixos da cidade. Kara tinha parado de tentar tocá-la e havia se transformado no banco do passageiro, desviando o rosto. Lena sabia que ela estava chorando, e bateu no próprio rosto, certificando-se de que sua emoção humilhante não estivesse visível.

A maldita música. Kara cantando sobre se desfazer, desmoronar. E ali estava ela, desmoronando também. A loira parecia tão indiferente à morte, tão obstinada a sair flutuando, e Lena perdeu o controle. Disse a si mesma que era raiva, frustração. Disse a si mesma que era uma anomalia. Ela nunca ficava emotiva. Nunca. Não desde a morte de Lex. Não quando havia sido mandada para a prisão. Não quando tinha sido espancada e marcada em sua cela, nunca.

Lex era o emotivo. O canhão solto. Lena, não. Ela era o aposto se Lex. Tinha sido o contraponto do irmão alocado. Disse a si mesma que precisava ser o contraponto de Kara também.

Ela precisava ser a voz da razão, o lastro. Mas, em vez disso, viu-se completamente fora de controle, apaixonada, impulsiva e emotiva.

Lena abriu a porta e saiu, sem saber se devia arriscar ser reconhecida ao pagar em dinheiro dentro da loja, ou usar o cartão e se permitir ser rastreada, se alguém realmente estivesse procurando por elas. Kara parecia considerar que o frenesi todo era mais motivado pela mídia do que pelos homens de lei, mas a verdade era que não sabiam de nada com certeza. Esse pensamento fez a morena marchar para dentro, se cabeça baixa, e atirar uma nota de cinquenta dólares para o funcionário, grunhindo o número da bomba e imediatamente dando as costas. O atendente repetiu o pedido alegremente, e Lena empurrou as portas para sair, detestando o fato de precisar esconder o rosto e olhar por cima do ombro.

Não queria voltar para o carro. Estava com fome e agitada, e ela e Kara precisavam de distração. Mas tudo ao redor parecia escuro, embora pudesse ouvir uma linha de baixo pulsante vindo de algum lugar, e virou o rosto na direção do som ao terminar de encher o tanque.

Um carro estacionou do outro lado da bomba, e Lena olhou para os ocupantes do carro preto pelo canto dos olhos. Com certeza não era a polícia ou o tipo de gente que tinha alguma coisa a ver com policiais.

- Tem um bar por aqui? - ela se viu perguntando quando encontrou os olhos do motorista por cima da bomba.

O motorista ergueu as sobrancelhas, surpreso, e deu uma olhada rápida em Lena, como se para ter certeza de que ela era do tipo que frequentava bares, de que era digna de informações. Lena devia ter passado no exame, porque o outro respondeu se muito hesitação:

- Sim, moça. Tem sim. Tá ouvindo? - Ele parou, ouvindo, e Lena imaginou que estivesse se referindo ao baixo pulsante que ela também tinha notado. O homem apontou na direção da música. - É um barzinho. Fica aberto até as três da manhã. Logo no fim do quarteirão, à esquerda. É completamente escuro do lado de fora, a não ser pelo grande V. O estacionamento fica nos fundos, entrada para o porão. Boa comida e qualquer outra coisa que você possa querer. - Seus olhos desceram rapidamente para o corpo da morena quando ele disse isso, e Lena sabia que ele não estava falando de cerveja.

Part Of Me | SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora