Capítulo 6

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Dean olhou para a porta do gabinete de Cas e deu uma leve batida. Um dos empregados veio chamá-lo e Dean esperava se desculpar pelo comportamento inapropriado e esclarecer a situação entre eles. Depois que o ômega esfriou a cabeça, ele ficou muito envergonhado com a sua própria atitude. Era quase a hora do jantar.

Dean entrou, depois que ouviu a resposta de Castiel. O ômega parou por um instante, dando uma olhada melhor ao redor da sala. Uma grande escrivaninha estava de frente para a porta de entrada, no centro da sala, com os pertences de Cas, o computador e uma cadeira. Havia uma estante forrada de livros, à esquerda. Duas poltronas estavam debaixo das grandes janelas, lado oposto à estante. O chão estava coberto com um carpete cor de areia e as paredes estavam forradas com papel de parede de uma cor mais escura. Era uma sala de tamanho médio, relativamente modesta para a importância de Castiel. O ômega de Dean ronronou com a simplicidade de seu alfa, enquanto o lado humano mandou ele se calar, porque a conversa que ele teria com Cas era muito séria.

Desta vez, seu companheiro estava sentado em uma das poltronas, lendo um livro. A luz do sol poente lançava os últimos raios dourados em Cas, dando ao alfa a aparência de um anjo. Resquícios do cheiro da raiva de Cas ainda pairavam no ar, fazendo Dean segurar um estremecimento. O ômega farejou discretamente o ar procurando pelo cheiro de sândalo e grama fresca, mas franziu o cenho quando não sentiu o perfume inebriante de seu companheiro.

Castiel pôs o livro de lado, colocando o marcador na página que estava lendo e olhou para Dean. O familiar olhar gelado estava lá novamente. Dean percebeu que se acostumou com isso. Ainda assim, o ômega se conteve em revirar os olhos.

“Sente-se, Dean.” Cas disse, em um tom de voz que era mais uma ordem do que um pedido.

Dean sentou na outra poltrona e virou para olhar para o alfa. A falta do perfume de Cas estava começando a incomodar o ômega. Então, Dean percebeu que Cas cheirava a produtos químicos artificiais e purificadores de ar de algodão branco, o cheiro característico de um bloqueador de cheiro. Não era uma prática incomum para um alfa, eles também usavam os bloqueadores para manter o seu perfume neutro, assim como os ômegas. Dean não fez nenhum comentário sobre isso.

Castiel disse em um tom frio. “Em primeiro lugar, eu quero deixar bem claro que eu não vou mais tolerar qualquer tipo de desrespeito, como o que aconteceu esta tarde. Estamos entendidos?”

“Sim.” Dean estava genuinamente envergonhado e olhou para as mãos.

Castiel assentiu e continuou. “A sua atitude infantil de hoje poderia trazer grandes problemas, não somente para você, como também para mim. Você percebe isso?”

“Sim, Castiel.” Dean respondeu. O ômega esfregou a parte de trás do pescoço. “Eu quero me desculpar pelo meu comportamento inapropriado de hoje. Eu errei, eu não deveria ter feito o que eu fiz. E eu não deveria ter dito aquelas coisas. Me desculpe por isso.”

Cas não disse nada, mas acenou com a cabeça, observando Dean se contorcer um pouco desconfortável na poltrona.

Dean respirou fundo. “Eu serei mais responsável de agora em diante e eu vou cumprir corretamente o meu papel de companheiro.” Dean disse, com seriedade em sua voz. Dean olhou para o alfa e ficou surpreso quando Castiel começou a rir.

“Companheiro?” disse o alfa, um tom de desprezo em sua voz. Então, o rosto de Castiel endureceu. “Escute aqui, seu idiota.” Castiel rosnou. “Eu apenas aceitei esse acasalamento, por causa desse acordo estúpido. Eu sempre discordei da ideia e deixei isso bem claro para o meu pai. Eu nunca quis me acasalar, muito menos com um ômega insuportável e mimado como você!”

Dean fechou os olhos. Ele sentiu que a sua respiração estava começando a ficar irregular. Seu verdadeiro companheiro não era apenas um completo idiota. Ele também era um bastardo arrogante.

O Vínculo (Destiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora