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   Finalmente Roger conseguiu levar Brian para passar alguns dias em sua casa. O florista estava preocupado com seu trabalho, e fez Roger prometer que estaria lá para levá-lo e buscá-lo do trabalho durante todos esses dias, ele até tinha feito a sua mala. Brian não ia para a cidade com muita frequência, e toda vez que ia, se impressionava com quase tudo, já que passou grande parte de sua vida admirando um campo enorme de flores ao invés de grandes prédios e luzes por toda a parte. Eles chegaram ao prédio de Roger, ele abriu a porta, e ficou feliz ao ver a surpresa de Brian.

   — Casa legal... — Ele colocou a mala no chão, olhando para a sala repleta de quadros de carros, entrou indo direto para a sacada, observando a vista que tinha da avenida enquanto escurecia, os outros prédios repletos de luzes, os carros andando lá embaixo, várias pessoas, tudo bem diferente do que ele estava acostumado — Que lindo!

   — Fique a vontade amorzinho. — Roger pegou a mala dele e colocou em seu quarto. — E eu não esqueci que tenho que levar você pro trabalho amanhã.

   — Olhe pelo lado bom, amanhã é quinta, depois é sexta... É complicado quando a gente mora tão longe um do outro não é?

   — É um pouquinho difícil, mas eu não me importo, eu faço qualquer coisa pra te ver. — Ele foi até o florista, o abraçando por trás e beijando o seu pescoço.  — Está com fome? Quer que eu peça o que?

   — Pode deixar que eu cozinho...

   — Não, eu tive uma ideia melhor, a gente vai sair pra jantar, você pode escolher o lugar que quiser.

   — Mas eu acabei de chegar... Você vai me levar mesmo assim não é?

   — Quando você quiser. — Ele piscou e foi para dentro. — Se quiser se arrumar, tomar um banho e passar a noite inteira passeando comigo, eu sou totalmente a favor!

   — A gente trabalha amanhã!

   — Você fala como se eu me importasse com essas pequenas coisas.  — Ele olhou para o "namoradinho", fazendo bico e cara de cachorro abandonado. — Por favorzinho?

   — Como eu posso dizer não pra essa cara... Tá bom, a gente vai.— Ele saiu da varanda, indo até o quarto. — Uma cama de casal?!

   — Eu gosto de ter espaço para dormir. — Ele correu até o quarto e se jogou na cama. — E agora ela ganhou uma utilidade a mais, dormir com você, por que sem querer ofender mas sua cama é apertada.

   — Você estava bem apertado quando eu te... — Os dois se encararam novamente. — Esquece.

   — Deita aqui um pouco.

   Brian ficou observando o quarto, as paredes eram pretas e brancas assim como a sala, também estavam lá os quadros de carros, algumas fotos dele com sua família, um armário grande com roupas aparentemente finas, óculos escuros e sapatos engraxados. Eles tinham estilos de vida totalmente diferentes.

   — Você acha que o Freddie tem razão? Tipo, que deveríamos namorar logo?

   — Tudo no seu tempo loirinho... — Ele virou, voltando a encarar o seu namoradinho, a maneira que Brian o enxergava era como se ele fosse um bebê, pequeno e fofo, que ele tinha que cuidar e dar todo o amor possível, toda vez que Roger estava concentrado em alguns coisa, ele se lembrava de como um bebê se concentrava para conseguir ver e entender alguma coisa, poderia passar horas observando ele com aquela expressão. — Ainda quer sair bebê?

   — Quero, eu adoro sair por aí. — Ele sentou na cama, passando a mão pelas coxas de Brian. — Desculpa se não é muito o seu estilo.

   — Tudo bem, eu me acostumo, e essas mãos aí?

   — Se você pode, eu posso. — Taylor deu um tapa forte na traseira dele. — Vamos logo.

•••

   No centro de Londres, em uma noite movimentada de quinta feira, era possível ver dois homens caminhando de mãos dadas pelas ruas, um mais alto com um cabelo volumoso e cacheado, e outro menor, com cabelos loiros e olhos azuis, que estavam passando da hora de cortar. Os dois estavam cada um olhando para um lado, por que Roger não queria que seu namoradinho o visse surtando e corado por andar de mãos dadas com ele na rua, o mesmo valia para Brian, que não conseguia parar de sorrir nem se quisesse.

   — Tem algum lugar que você queira ir?

   — Eu quase nunca venho para a cidade, qualquer lugar é praticamente novo pra mim. — Ele olhava para todos os estabelecimentos das ruas, com os olhos brilhando, fazendo Roger querer morrer de amor.

   — Tem um restaurante italiano que eu adoro, mas se eu for lá com o Freddie ele me joga na frente de um caminhão.

   — Ele odeia tanto aquele lugar?

   — Demais, ele conheceu um dos namorados dele lá, Paul é o ex que ele mais odeia, parece que ele foi pego com mais uns cinco caras e a briga ficou feia. Eu também odiava ele, sempre avisei que ia dar merda, eu estava lá no dia do término, e ver o Freddie acabando com aquele miserável me deixou com um sorriso no rosto por meses.

   — Vocês dois se divertem muito não é?

   — Desde a faculdade, a gente só precisa andar mais um pouco e a gente já chega lá, por sorte, o barraco que o Freddie armou foi tão sensacional que o desgraçado foi demitido.

   Os dois continuaram o caminho rindo, principalmente graças às histórias das aventuras inusitadas de Freddie e Roger quando eram mais jovens, como da vez que os dois se envolveram em uma briga de bar com um cara armado, quando a mesma garota namorou os dois em segredo, enfim, eram muitas histórias. Os dois chegaram até o restaurante, era um lugar simples, rústico mas bonito, o tipo de lugar que o Brian iria amar. Os dois sentaram em uma mesa do lado de fora, com uma vela em cima da mesa, ao lado de um vasos de rosas vermelhas.

   — Elas não estão muito bem cuidadas...

   — É, as suas são mais bonitas. — Os dois se sentaram. — Pode pedir o que quiser.

   — Você é um amor... — um dos garçons apareceu e entregou o cardápio na mão dele. — Obrigada, vamos ver...

   Ele parou de ler quando abriu o cardápio, escrito em letras grandes, estava a seguinte frase:

   "Quer namorar comigo?"

   Brian olhou para Roger, e ele já estava com uma caixinha na mão.

   — Talvez o Freddie esteja certo, a gente deveria começar a namorar.

   — Você me fez vir aqui só pra assistir esse pedido então se vocês não namorarem por pelo menos três anos até casarem eu vou matar vocês!

   Freddie e John estavam sentados na mesa ao lado, estavam disfarçados e Brian sequer percebeu, ele estava muito emocionado, não sabia se olhava para o cardápio, ou para Roger, ou para a caixinha.

   — Você planejou tudo isso?

   — É, você merece mais, mas o Deaky disse que você iria amar isso. —  Ele foi até a mesa ao lado e tirou um buquê grande de rosas brancas de baixo da mesa.  — Eu sei que você vê flores o tempo todo, mas ele também disse que você gostava mesmo assim.

   — Eu... Eu nem sei o que dizer. — Ele pegou o buquê, enquanto Roger abriu a caixinha, mostrando um anel de prata. — É pra mim mesmo?!

   — É um anel de compromisso, eu quero... Que você use o tempo todo, você aceita namorar comigo?

    Várias pessoas já estavam ao redor deles, todos sussurrando para que Brian aceitasse o pedido feito de maneira tão fofa, ele estava quase chorando, mas segurou as lágrimas para dizer alto o suficiente para que todos ouvissem.

   — Eu aceito.

Girassol • MaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora