Capítulo 1 - Long Day

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POV THALIA

É extremamente estressante o quanto eu tenho que me esforçar para não surtar as vezes.

Bom, de acordo com a maioria das pessoas isso já acontece o tempo todo, mas eu digo que eles não sabem nem da metade.

Hera está tagarelando a minha frente já no café da manhã. Eu a odeio. Ela sorri para meu pai como uma ovelha, dócil e frágil, mas eu vejo todo aquele olhar predador em mim com seu sorriso de serpente.

- você deveria ser mais delicada Thalia, está parecendo uma delinquente da favela. – diz me analisando com desprezo.

Droga, eu a odeio muito!

Lhe dou meu sorriso sarcástico que não sai difícil.

- talvez eu seja mesmo Hera. Quem sabe eu não coloque fogo na casa enquanto vocês dormem? Isso faria de mim uma bruxa?

Ela aperta os lábios com desgosto.

- Thalia, se comporte. – Zeus, meu pai, diz mas está mais interessado no jornal que está lendo. – o que Hera quer dizer é que talvez você devesse prestar um pouco mais de "atenção" sobre suas roupas e esse cabelo... você trocou a cor? – ele enfim repara no meu escuro e curto cabelo repicado que antes tinha as pontas rosa e agora estão azuis.

- faz duas semanas pai. Obrigado por reparar. – digo mantendo meu tom habitual de sarcasmo.

Ele me fita firme e com certeza percebe que não adianta me repreender de novo, então suspira e volta pro jornal.

- você é minha filha, deveria manter as aparências, se comportar como tal.

- desculpa, não sabia que minhas roupas e meu cabelo me fazia menos sua filha. – tomo o resto do meu café.

- não foi isso... – ele tenta argumentar, mas o corto já me levantando.

- tudo bem, entendi. – digo tranquilamente já que ser uma decepção pra ele já é normal pra mim. O beijo na testa. – vou até o centro comprar algumas coisas, quem sabe ver a Annabeth.

- tome cuidado. – ele diz baixo, firme. Mais do que um aviso implícito, uma ameaça. – e tente não ficar muito próxima dela.

Dou um riso de escárnio.

- ela sabe muito mais do que você imagina e garanto que não foi eu que contei. Afinal, ela é filha da Atena e por mais estranho que isso pareça, sua neta.

Hera faz uma expressão de repulsa que me faz querer bater nela, e meu pai aperta os lábios.

- apenas, seja cuidadosa. – alerta se voltando para o jornal novamente.

Suspiro.

- sempre sou. – resmungo já saindo.

Passo pela cozinha onde Sally está trabalhando no futuro almoço. A mulher sorri para mim o que me faz sorrir de volta.

- o cheiro de tempero me faz querer voltar pra casa antes do almoço. – digo me aproximando e vendo ela temperar uma espécie de ave, não sei dizer.

Ela ri baixo. Seus cabelos castanhos preso em um coque alto roçam minha bochecha enquanto me afasto.

- não vai se decepcionar se voltar. – avisa ela.

Sorrio e olho em volta.

- cadê o Luke? – pergunto como quem não quer nada.

- na garagem. – ela responde despreocupada.

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