Capítulo 33 - Fight

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POV THALIA

Antes de chegar na ultima e mais distante garagem, aperto o botão do lado do meu celular no bolso traseiro, como precaução, não sei bem o que quis com aquilo, mas foi uma intuição.

Travis está em baixo do carro, as pernas levemente flexionadas e não parece me ouvir chegar, até que aperto o botão do lado para que a porta se feche. Não antes de colocar meu celular no canto da mesa de ferramentas escondido.

Enquanto a porta elétrica fecha ele se arrasta para fora e me olha confuso, mas não tem tempo de reagir quando jogo os arquivos nele e me apoiando com o joelho em seu peito o soco na cara.

- Eu fiz tudo que você pediu! - grito já agradecendo pela porta fechada e a pouca luz que restou.

Continuaria o socando se ele não tivesse me segurado com força e de alguma forma invertendo nossas posições, me jogando no chão duro o que me faz perder o ar.

- você enlouqueceu!? - ele grunhe me segurando com força.

- porque? porque você entregou a ele? Eu ia te entregar esses arquivos hoje, eu ia... - minha voz falha, seja por lagrimas ou raiva, não sei dizer.

Grunhi com ódio conforme ele segura minhas mãos contra meu peito e minhas pernas com a sua cintura.

- Para. Para com isso, droga! Eu não entreguei nada... - ele olha para os papeis jogados no chão sujo e então volta pra mim, mal vejo sua expressão, o ódio me cega. - ele deve ter mexido nas minhas coisas, eu não ia...

Calo Travis com uma cabeçada em sua boca. Ele grunhe com raiva e dor me fazendo tentar escapar, mas é impossível com seu peso.

Sei que Travis perde a cabeça quando me golpeia no rosto com força, me fazendo tossir e cuspir o sangue enquanto minha visão turva pela dor.

- Ok. Minha paciência com você acabou princesa. - diz baixo e firme voltando a me segurar firme. - o que acha de darmos uma volta para conversar? - diz quase sugestivo o que faz mil coisas ruins passar pela minha mente.

Um desespero eminente se forma em mim me fazendo me remexer embaixo dele que me aperta mais firme.

- Ah vamos princesinha, já passamos dessa fase. - diz quase sadicamente divertido. - você sabe que não pode lutar contra mim.

- Não vou a lugar algum com você. - digo entre dentes, o gosto de sangue inundando minha boca.

Ele sorri de canto.

- Veremos. - diz se aproximando do meu rosto, seu corpo roçando no meu de forma que me faz conter o vomito. - não fique tão irritada, pode ser divertido.

Quase engasgo com meu próprio nervosismo, meu coração afunda e quando ele faz menção de algo mais eu tento chuta-lo entre as pernas ou soca-lo, qualquer coisa.

Mas é em vão.

Travis bufa me puxando para cima pelos pulsos e blusa, logo soltando batendo minhas costas no chão de concreto me fazendo ofegar e gemer de dor.

- Merda. Eu devia ter te matado quando tive chance e não esperado por aquele idiota do Ethan. - resmunga enquanto me levanta inerte e sem forças pegando uma braçadeira na caixa de ferramentas e prendendo meus pulsos juntos.

Minha visão está turva, devo ter batido a cabeça em algum momento porque minha mente está nebulada e há uma dor horrível na minha nuca e costas.

Por isso demoro a assimilar as palavras de Travis, em um tempo consideravelmente maior que o necessário eu falo:

- foi você. - a dor da compreensão, mas também o alivio me inunda.

Travis fazer tudo aquilo fazia sentido, ele era a pessoa mais desprezível que eu conhecia.

O ouço sorrir enquanto abaixa o carro rapidamente.

- pois é, bem surpreendente, não? - diz quase presunçoso.

- na verdade, não. - respondo com minha visão já melhorando.

Olho ao redor, procurando algo, uma escapatória.

O que ele pretende fazer comigo agora para me confessar isso?

Travis respira fundo enquanto puxa o macaco o jogando de lado e abre a porta de trás do sedan preto jogando os arquivos e fotos no banco da frente.

Quando se volta pra mim finjo ainda estar inerte. Ele para a minha frente e me fita com certa satisfação.

- você realmente me odeia, não é?

- você mandou me matar. - solto meio engasgada.

- vem de muito antes disso. - diz me puxando para si, me mantendo em pé.

Travis tenta me empurrar para a porta de trás do carro, mas finjo cambalear e caio apoiada na mesa de ferramentas visando uma chave de fenda grande. A pego e sem ter tempo para pensar muito me viro para nocauteá-lo, mas ele já parece prever isso.

Segura minha mão com força e me da um sorriso felino horripilante.

- você não é tão esperta quanto acha.

De olhos grandes me viro para correr, mas sinto uma dor aguda na nuca e então escuridão.

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