Capítulo 40 - Let Me Go

33 5 0
                                    


POV LUKE

Demorou dois demorados dias para que me liberassem para ir para casa. Thalia teimosamente continuou no hospital até que eu pudesse ir.

Tenho que confessar que a amei ainda mais por isso.

Ao chegar na casa de Thalia hesito ao sair do táxi. Ela olha pra mim preocupada, mas não diz nada, me deixa tomar meu tempo e forças.

Respiro fundo olhando para a mansão e então saio com ela ao encalço. Resolvo não ir por dentro e sim dar a volta por fora.

Sem dizer uma palavra paramos no quintal dos fundos, entre a casa dela e a "minha". Sinto um aperto grande no peito e olho para ela que fita a garagem torcendo o lábio. Percebendo meu olhar ela o retribui parecendo entender então que aquilo será difícil para nós dois.

- Você precisa descansar, dormir decentemente. Vou ficar bem. - digo pegando sua mão com carinho sem querer ser grosseiro, mas não quero ela perto quando entrar em casa.

- Sabe que não precisa - sua voz falha e ela hesita mordendo de leve o lábio ao pensar. - não precisa ficar aqui. Tem muitos quartos lá em cima, ou podemos dividir o meu...

- Thalia. - toco seu rosto a fazendo se calar e me fitar. - não acho que Zeus seja tão liberal assim.

- Depois de tudo que você fez por mim? Duvido que ele te negue algo. - diz cansativa. - se bem que, considerando o cara egoísta e masoquista que ele é...

- Não diga isso. - solto sem pensar. Sei que ela está com raiva e chateada com o pai, mas ele fez o que pode para ajudá-la também, mesmo que tenha sido muito tarde.

Thalia solta o ar e sei que ela decide não discutir.

- Não precisa ficar aqui. - reafirma.

- Preciso, sim. - olho dela para a casa minúscula ao lado da gêmea que tem as luzes apagadas. Ainda é muito cedo e não sei onde estão Sally e Ellen, honestamente não quero saber no momento. - eu preciso. - repito a Thalia que parece compreender onde quero chegar.

- Olhe para mim. - pede e eu faço encontrando seus belos olhos fixos nos meus. - estou com você, mesmo quando você não me vê. - respira devagar ainda me estudando. - qualquer coisa.

Suas palavras me atingem em cheio.

"Qualquer coisa e qualquer um", foi o que disse a ela uma vez. É o que reafirmo agora.

- Qualquer um. - digo completando.

Porque é o que fizemos. Qualquer um incluindo o pai dela, os inimigos dele e meu irmão.

Lhe ofereço um suave sorriso tranquilizador e a puxo para perto com meu braço livre. Thalia se aconchega em mim como um gato.

- Vou ficar bem. - repito. - nós vamos, certo?

- Certo. - ela sorri de leve e me beija com carinho. - te vejo mais tarde.

Concordo a vendo se afastar e entrar na casa grande e quieta pela porta da cozinha.

Me volto para a minha casa novamente. Não, jamais foi e jamais será minha.

Dou um passo devagar e me obrigo a dar outro e outro e outro. A porta está aberta o que me faz hesitar, mas entro mesmo com o coração apertado e a fecho atrás de mim.

Está escura, fria, solitária.

Por um momento posso vê-lo, saindo do quarto sorrindo pra mim como costumava fazer, como eu achava que ele era: Bom, leve e feliz.

ManipulationOnde histórias criam vida. Descubra agora