Manipulation

Capítulo 39 - Exception

POV THALIA

- você parece melhor. – Annabeth diz com os olhos analíticos em mim ao se aproximar minimamente.

- depende do seu ponto de vista para "melhor". – digo levemente rancorosa.

Ela fica quieta por um momento enquanto me concentro para não descontar nada nela, mas o fato de ela estar ali, naquele momento, me parece de certa forma injusto quando penso que ela não esteve comigo pelas ultimas semanas.

- hora ruim? – ela se encosta na cama, perto dos meus pés.

- ano ruim. – dou de leve nos ombros.

Annabeth parece receosa e levemente ofendida.

- Thalia eu – ela engole em seco. – sinto muito.

- pelo que, exatamente, Annabeth? – solto fixando meu olhar nela. – porque sabe, aconteceu muitascoisas.

Ela suspira pensando por um momento no que dizer.

- tudo, eu acho. Mas principalmente por ser tão dura e egoísta com você, - engole em seco – e com o Luke.

- Luke. – seu nome sai falho conforme meu coração aperta ao lembrar de seu ferimento.

- ele está bem. Ainda dormindo. – Annabeth se apressa em dizer.

Solto o ar que nem sabia estar prendendo em alivio.

- falando nisso, foi um belo tiro, o que você deu. – digo contendo o arrepio ao lembrar, mas admitindo implicitamente que ela me salvou.

Annabeth torce o lábio pensativa, como se tentasse decidir se eu estava falando sério ou sendo sarcástica.

- mais uma vez, eu sinto muito. – diz sincera.

- não foi culpa sua. Não isso. Travis não é culpa de ninguém. – solto rancorosa, pensando que talvez ele seja um pouco culpa minha.

- espero que você saiba que isso implica a você também. Pelo que Percy contou – hesita – você fez o que pode.

Aperto as mãos no lençol ao lado do corpo.

- o que Percy contou? – minha voz mal sai.

Annabeth me olha com cara de pena e isso me destrói por dentro.

- o suficiente. – diz ela. – não o culpe, ele estava tentando fazer Luke ver as coisas como são e por acaso eu estava junto e não tínhamos tempo...

- entendi. – a corto porque não sei se quero ouvir mais. Ficamos em silencio por um momento até que eu diga: - obrigada, por ter me salvado.

Ela da um sorriso mínimo.

- é meu trabalho. Além disso, gosto de pensar que você faria o mesmo por mim. – sorri cúmplice o que me faz retribuir involuntária.

- eu faria, até por menos. – confesso.

Annabeth se aproxima mais, relutante, mas corajosa.

- eu não sei se o Percy te contou, mas eu vou sair daqui, da cidade. – diz me analisando, levanto uma sobrancelha, mesmo que já saiba quero saber aonde ela quer chegar. – eu não acho que consiga mais viver aqui. – concordo levemente com a cabeça e ela continua. – no começo era por vocês, mas agora... acho que preciso disso e, não quero que pense que te culpo por algo.