Happy End

75 14 1
                                        

Porque era tão trouxa?
O azulado ficava se perguntando enquanto observava o ruivo a sua frente que seguia em frente sem parecer lhe notar.

E porque notaria afinal? Era apenas um beta sem maiores atrativos. Nem cheiro possuía, o que poderia fazer para chamar a atenção do alfa?

E também. Que ideia era aquela de se apaixonar justo pelo imperador absoluto. O Alfa Luphus da escola que dispensava qualquer omega mais atrevido que ousasse se aproximar sem se preocupar com o chororó que se desenvolvia a sua volta.

Um dia ainda trocaria seu nome do meio para trouxa.

Infelizmente não é como se pudesse fazer algo naquele ponto. Sempre acabava sendo atraído pelo ruivo como um imã, sem chance de desviar seu caminho só lhe restando seguir o Alfa pelos largos corredores do colégio sem se preocupar em ser visto. Nunca era visto.

Porque ele era só um beta. Apenas um beta no meio de mais de um milhão de outros betas que até entre si acabavam por chamar mais atenção do que o azulado de presença apagada. 

Akashi era um Alfa. Um Alfa Luphus destinado a escolher um belo omega que chame tanta atenção quanto si formando o mais belo casal que mesmo que apenas pudesse observar de longe ficaria marcado em sua memória.
Porque para si Akashi era inalcançável.

Porque ele não passava um simples beta. Sem cheiro, sem alma gêmea, sem a menor possibilidade de uma futura marca. Ele era comum. Não tinha nada de especial que pudesse usar para lhe dar uma esperança de futuro como ruivo que, ao contrário de si, sempre chamava atenção seja de si ou dos outros.

E mesmo sabendo disso, mesmo que não percebesse, ele ainda mantinha sua esperança acesa enquanto observava dia após dia, o ruivo 'desfilando' pela escola, cercado de outras pessoas, ele ainda esperava que um daqueles olhares e sorrisos que via no imperador uma hora ou outra se virassem para si.

E enquanto via os filmes de romance adolescente repleto de arco-iris e mentiras ele ainda esperava viver um daqueles clichês, alimentando essa esperança. Tentando ao máximo convencer a si mesmo do contrário e mostrar que nunca daria certo. Porque nem sempre a nerd ficava com o popular. Nem sempre a machucada conseguia se curar. E nem sempre o comum conseguia seu inalcançável.

Pelo menos era o que ele achava. 

Pois toda boa historia tem uma reviravolta.
Um outro lado a ser observado. E nessa era fácil de se ver se você apenas não se cegasse pelo pessimismo do menor, assim sendo capaz de notar as olhadas de canto que o ruivo o direcionava e os sorrisos que o acompanhavam.

Kuroko via em si um beta simples e sem atrativos. Sem chance de final feliz ao lado de quem já havia aceitado que amava.

Enquanto isso Akashi via o outro lado. Conseguia ver cada mísero detalhe que mesmo que invisíveis para o azulado o fez se apaixonar pelo garoto que procurava um final feliz enquanto se cegava para o tal que estava (literalmente) bem a sua frente.

Akashi via um garoto de belos olhos e cabelos azulados como o céu límpido de um dia de verão e corpo de dar inveja em muitos ômegas por ai. 

Via um garoto gentil que embora vivesse com face inexpressiva sorria e abraçava a todos que via que estava com um dia ruim.

E via coisas e mais coisas, pequenas e grandes que faziam a cada dia se apaixonar pelo pequeno de cabelos cerceta que naquele mesmo momento o seguia pelo corredor sem saber que era notado pelo alvo de seus desejos mais profundos.

Mas diferente de Kuroko, Akashi não esperava seu final feliz. Ele ia atrás do mesmo. E naquele dia que para o dono dos tais cabelos azulados era só mais um dia comum, o outro garoto não mantinha a mesma ideia.

Em apenas um movimento o garoto de cabelos ruivos se virou em direção contraria a que estava indo e começou a andar com um grande sorriso no rosto até o azulado que se encontrava travado em uma mesma posição confuso pela quebra de rotina a qual já estava acostumado se assustando ainda mais ao finalmente perceber os lábios quente do ruivo junto aos seus que começaram um beijo lento e intenso.

Kuroko se sentia assustado, confuso, mas principalmente animado. Ainda não entendia direito a situação mas sabia que o ruivo que desejava durante tantos meses estava o beijando. E é claro que ele não ia simplesmente perder a oportunidade colando ainda mais o corpo a sua frente ao seu e retribuindo o beijo que continuava lento mas intenso.

Quando se separaram Kuroko estava corado e ofegante enquanto Akashi o encarava sorrindo sereno ignorando os olhares de nojo do antigo grupo que se aglomerava ao seu redor. Mas não é como se ligasse para eles. Não devia satisfação a nenhum deles, era absoluto.

- Demorei?- Perguntou sorrindo calmo depois de ver que o outro já tinha se acalmado e o encarava com olhos brilhosos mas ainda confusos.

- Muito.- Respondeu retribuindo o sorriso e trocando outro beijo com o ruivo. O primeiro de muitos que trocaram naquele dia e nos próximos. Afinal, nem o ruivo nem o azulado tinham planos de deixarem o outro escapar.

E o relacionamento deles progrediu assim. Cheio de beijos, sorrisos e carinhos trocados e olhares de insatisfação de pessoas de fora que não os importavam nem um pouco.

Até porque não é como se o ruivo se importasse com os olhares que recebia. Era o imperador absoluto e não eram olhares tortos de alguns idiotas sem medo do perigo que corriam fossem importantes.

Mas é claro que qualquer comentário ou olhar mal direcionado ao seu Beta era imediatamente repreendidos com um rosnar e olhar cortante que apenas aumentavam a seriedade da aura do Alfa que apenas ia se expandindo fazendo com que até o maior dos alfas se encolhesse.

E enquanto isso Kuroko apenas sorria cada dia mais sem se importar com as pessoas ao redor. Estava com o ruivo que amou em segredo durante todos aqueles meses e que agora finalmente tinha a oportunidade de estar ao lado e não seria aquele tipo de pessoas ignorantes que o tiraria aquela felicidade que sentia a todos os dias que acordava e podia ver ao seu lado seu amor e motivo de todos os seus sorrisos deitado ao seu lado.

Kuroko podia finalmente sorrir e dizer que tinha encontrado o seu final feliz.

Porque não é sempre, mas as vezes a Nerd fica com o popular, a machucada conseguia se curar e o comum conseguia o seu inalcançável.

AkakuroWeek2019Where stories live. Discover now