Entre Encontros e Perseguições a Ruivos Falsos

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  Os mosquitos zumbindo na minha orelha, o sol torrando minha cabeça e o suor escorrendo pelo meu corpinho maravilhoso. Realmente muito agradável, assim como minha mão decidiu reforçar antes de me mandar ir passear com o Nigou por livre e espontânea pressão enquanto segurava a coleira em uma mão e a havaiana na outra.

  Tá tão quente que eu ainda consigo ouvir o senhor bola de fogo invocado pelos maravilhosos vizinhos que todo mundo tem (se você não conhece um vizinho maravilhoso desses comece a revisar os seus próprios atos) tocando no fundo do meu cérebro.

  Mas não é como se eu tivesse muita escolha, então ia dando voltas no parque municipal. E enquanto eu amaldiçoava meio mundo mais o sol desgraçado que não parecia querer dar trégua naquele dia, o filhote de olhos azulados pulava de um lado para o outro olhando para todos os lados. Pelo menos alguém estava animado ali.

  Demos umas duas voltas pelo local e eu já não estava mais aguentando o calor, então fui o mais rápido possível para o banco de madeira mais próximo que graças a qualquer divindade existente estava bem debaixo da sombra de uma grande árvore e, principalmente, vazio.

  Só de entrar naquela pequena área não infernal e que não me fazia querer matar toda a humanidade já me fez suspirar em alivio fechando os olhos aproveitando cada segundo debaixo daquele pedacinho de paraíso.

  Até que sair de casa não foi uma ideia tão ruim assim. Eu posso ficar aqui aproveitando a área fresca por algumas horas e, mais tarde, posso esfregar na cara da minha mãe que eu não sou um vampiro. Nunca vou entender esse tipo de pessoa, desde quando virou crime não querer torrar no sol?

  Ainda assim é claro que não seria tão fácil assim. Porque seria, não é?

  Não se passou nem um minuto direito e eu parei de sentir os puxões na coleira o que me fez abrir os olhos com as sobrancelhas levemente franzidas encarando o local onde o Nigou, pelo menos, deveria estar. E só deveria mesmo porque aquela coisa simplesmente sumiu. Como ele sumiu assim?

  Pensei me levantando, levemente, desesperado. Se eu voltar pra casa sem ele eu nem entro mais lá.

  Comecei a olhar em volta tentando encontrar o bendito refletindo sobre as minhas opções. O que era mais perigoso? O ser com aura de fogo e que pode acabar comigo quando quiser ou o sol?

  Acho que é melhor eu encomendar meu caixão.

  - É seu?- ouvi de repente, dando um pulo no mesmo lugar pelo susto e olhando para a direção da voz vendo Ningou com a língua de fora nos braços de um garoto aparentemente da minha idade que eu não fazia a mínima ideia de onde havia surgido e que, estranhamente, tinha os mesmos olhos do filhote em seus braços que me encarava com um sorriso (cachorro sorri? Aparentemente o meu sim.) sem ligar para o meu semi ataque cardíaco de alguns segundos atrás. Cachorro ingrato.

  - Ah! É sim. - Respondi em um suspiro depois de alguns segundos conferindo se eu realmente não tinha tido um AVC e morrido. O calor continuava digno do inferno então era uma possibilidade.

  - Parece que ele fugiu da coleira. Obrigada por segura-lo. – Continuei educado enquanto pegava o filhote dos braços do azulado.

  - Não foi nada. Ele é fofo. Qual o nome? - falou calmo e sem expressão aparente, fazendo carinho na cabeça do filhote no meu colo.

  - Nigou. - respondi simples. Nome estranho? Conversa com a minha mãe pra ver se ela normal.

  - E o meu é Akashi. Akashi Seijuro. - Me apresentei de uma vez.

  - Kuroko Tetsuya. Está aproveitando o parque ou o clima agradável?- Puxou assunto ainda sem expressão, mas em tom sarcástico.

  Gostei dele.

AkakuroWeek2019Where stories live. Discover now