Já passou mais ou menos uma semana desde aquela cena constrangedora em que o Yuri me viu de pau duro e felizmente ele não voltou a fazer perguntas constrangedoras.
O Yuri também começou a dormir comigo todas as noites.
Ele só usa o seu quarto para se vestir e tomar banho.
Eu também não voltei a ter nenhum sonho indecente com o Yuri e ainda bem.
Eu também tenho ido à escola.
Confesso que preferia ficar em casa com o Yuri, mas não me posse dar ao luxo de andar a faltar muito à escola se não o meu pai mata-me.
Confesso que a ideia de deixar o Yuri sozinho em casa não me agradou nada, mas pelo menos ele sabe-se cuidar muito bem sozinho.
Agora neste momento eu e o Yuri estamos sentados no sofá grande da sala a ver um filme.
Eu estou com um braço à volta do ombro do Yuri e ele está com a cabeça deitada no meu ombro e antes que se ponham a imaginar coisas ainda não aconteceu nada entre mim e o Yuri.
- Sabes, tu és bem diferente do dono que eu estava à espera. – disse-me o Yuri enquanto víamos um filme.
- E que tipo de dono estavas à espera? – perguntei-lhe.
- Bem, no sítio onde eu fui "treinado" dissera-me muitas coisas. – respondeu-me o Yuri fazendo aspas com os dedos na palavra treinado.
- Como assim treinado? – perguntei-lhe.
- Bem, eu cresci num sítio onde desde pequenos nos ensinavam diversas coisas. Como por exemplo: Cozinhar, fazer tarefas domésticas, dar prazer aos nossos donos e outras coisas. – explicou-me o Yuri desencostando a cabeça do meu ombro.
- Como assim dar prazer? – perguntei-lhe.
- Bem eles nos explicavam tudo na teoria. Havia alguns híbridos que iam pondos as teorias em práticas uns com os outros, mas eu nunca quis fazer nada do tipo. – respondeu-me o Yuri.
- Espera, isso quer dizer que naquele dia tu só estavas a brincar comigo? – perguntei-lhe.
- Talvez. – respondeu-me o Yuri levantando-se do sofá.
- Isso quer dizer que sim? – perguntei-lhe.
- Mais ou menos. – respondeu-me o Yuri preparando-se para começar a andar para as escadas, mas antes que ele desse algum passo eu o segurei.
Eu deitei o Yuri no sofá e fiquei por sima dele e comecei a fazer-lhe cocegas enquanto ele me pedia para parar.
- Este é o teu castigo por brincares comigo. – disse-lhe.
- D-desculpa, eu não volto a fazer isso. – disse-me o Yuri com dificuldade por eu ainda lhe estar a fazer cocegas.
- Acho bom. – disse-lhe parando de lhe fazer cocegas.
Depois disto nós continuamos a ver o filme.
Quando já estava a ficar tarde nós fomos dormir.
No dia seguinte quando eu e o Yuri estávamos a ver televisão na sala ouvimos a campainha tocar.
Então eu levantei-me do sofá e fui abrir a porta.
- Bom dia. – disse-me o Toni quando abri a porta e depois entrou dentro da minha casa sem ser convidado coisa que já é costume dele.
Mal o Toni entrou dentro da minha casa ele foi em direção à cozinha sem sequer reparar no Yuri que estava sentado num dos sofás pequenos da sala a olhar para ele.
- Tu precisas de ir às compras! Não tem cá nada de jeito em casa. – disse-me o Toni voltando a entrar na sala enquanto comia um pacote de batatas.
Nisso ele tem razão, eu preciso de ir às compras.
- Podias pelo menos fingir que tem educação e dizer alguma coisa ao Yuri. – disse ao Toni sentando-me no sofá.
- Yuri? Quem é o Yuri? – perguntou-me o Toni confuso.
Então o Toni percorreu a sala com os olhos até que os seus olhos pousarem no Yuri.
- Que gracinha. – disse o Toni pousando o pacote de batas em sima da mesa de centro da sala e indo na direção do Yuri que parecia estar com um pouco de medo do Toni.
- Esse otário é o Toni. – disse ao Yuri.
Quando o Toni chegou ao pé do Yuri ele começou a fazer-lhe festas nas suas orelhas e ele começou a ronronar baixinho e não sei porque eu não gostei nada de ver o Toni tocar no Yuri.
- Afinal porque vieste? – perguntei ao Toni sem conseguir esconder o meu descontentamento.
- Eu já não posso vir ver o meu melhor amigo? – perguntou-me o Toni parando de tocar no Yuri e olhando para mim.
- Sim pois. – respondi-lhe sem acreditar muito no que ele disse.
- Tu tem andando desaparecido e agora percebo o porquê. – disse-me o Toni olhando para o Yuri.
Na verdade desde que comprei o Yuri não tenho saído à noite com os meus amigos e o Toni também não tem vindo cá a casa por isso ele ainda não sabia do Yuri.
- Não pensei que realmente o comprasses. – disse-me o Toni.
- Vem cá bebé. – chamei o Yuri fazendo-lhe sinal para se vir sentar no meu colo antes que o Toni lhe voltasse a tocar.
Então o Yuri levantou-se do sofá onde estava sentado e veio na minha direção e meio hesitante se sentou no meu colo com as pernas para um lado do meu corpo.
Esta é a primeira vez que eu tenho o Yuri no meu colo, mas por mim não me importava nada de o ter mais vezes no meu colo.
O Toni também veio até ao sofá e se sentou ao meu lado.
- Nunca pensei que ia chegar o dia em que eu ia ver um garoto no teu colo. – disse-me o Toni e com o comentário dele eu vi o Yuri ficar com o rosto vermelho e ele deitou a cabeça no meu peitoral.
- Cala a boca. – disse ao Toni.
- O que foi? Eu não estou a dizer nenhuma mentira, para além disso o Yuri tem de saber com o que conta. – disse-me o Toni.
- Idiota. – murmurei.
- Realmente preciso de arranjar um híbrido. – disse o Toni.
- Boa ideia. Pelo menos assim tem alguém para te atorar. – disse-lhe.
O Toni ficou o resto do dia comigo e com o Yuri e no final da tarde ele foi-se embora.
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Meu Amado Híbrido
Roman d'amourO Rodrigo é um rapaz de 17 anos que passa a noite em discotecas a divertir-se. Ele só quer curtir e não está interessado em se apaixonar. O Rodrigo tinha a plena certeza que era hétero, mas isso muda no dia em que o seu melhor o amigo o arrasta até...