Capítulo II.

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Eu podia escutar a cantoria de Octavia na cozinha

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Eu podia escutar a cantoria de Octavia na cozinha. Ela parecia super feliz em ter uma nova moradora em sua casa. Ela é uma pessoa muito gentil.

Mas enquanto ela estava feliz, um silêncio constrangedor e esquisito reinava a casa dos Lawford naquela tarde. Marlin, a garota que estava sentada no chão, mantinha sua cara enfiada nas folhas de um livro que parecia ser bastante interessante pelas suas expressões. Charlie, o garoto sentado ao meu lado aparentemente ter a minha idade, mexia os seus dedos longos demostrando um tipo de nervosismo, o que me dava vontade de rir. Hoje em dia é difícil encontrar garotos nervosos e tímidos.

— Hm… Então, Charlie… — Quebrei o silêncio presente — Você trabalha em quê?

Às vezes a forma que eu puxo assunto me assusta.

— Em uma indústria.

— Oh… Você trabalha pela manhã?

— Bem, o horário varia. Ontem eu trabalhei até a noite, e hoje, trabalhei até o meio dia.

— Ah! Interessante.

Olhei para Marlin que não parecia nada interessada no que estávamos conversando e tentei puxar assunto também:

— E você, Marlin? Você estuda na escola de Londres mesmo?

— Eu não vou para a escola. Eu tenho uma professora que vem todos os dias me dá aula. — Ela disse direta enquanto continuava com os olhos no livro.

— Hm, entendi. E qual livro você está lendo? — Falei com um sorriso no rosto.

— Moby Dick. Conhece?

— Ah, claro! — Falei animada.

A verdade era que eu não conhecia aquele livro. Na verdade eu não leio livros que não sejam do meu colégio. Eu acho tão sonolento ficar horas e horas com os olhos grudados em um livro com letras minúsculas.

— Venham, crianças! A comida está na mesa.

Ao escutar a voz da sua mãe, Marlin largou aquele livro ilustrado no chão e saiu desesperada até a cozinha, o que me fez rir baixo. Eu fazia a a mesma coisa quando a minha mãe fazia tortas de maçãs.

Logo após dela, eu me levantei dela. Dei os meus primeiros passos para a cozinha, mas uma voz atrás de mim soou em meus ouvidos.

— Senhorita, espere.

Olhei para trás vendo Charlie com as mãos para trás me encarando.

— Eu... Eu queria me pedir desculpas pelo ocorrido na manhã. Sinto que eu fui rude com você.

Eu sorri.

— Você não foi rude comigo. Apenas falou uma coisa que não era necessário. — Eu olhei para ele. — As mulheres podem usar calças como vocês homens. Elas podem usar vestidos também. Contanto que ela esteja confortável, a mulher pode usar tudo que quiser.

Em Pleno Século 19Onde histórias criam vida. Descubra agora