CAPITULO 3

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  Dois dias depois, lady Marriott ficou sabendo finalmente das razões do seu mal-estar. Anastasia estava em sua companhia quando o médico recomendado pelo dr. Lawrence deu a notícia.

— Infelizmente, sou obrigado a comunicar-lhe que sofre de uma séria doença... Sua origem ainda está sendo pesquisada, mas sabe-se que ocasiona o colapso do sistema cardiovascular. Isso explica a dificuldade respiratória que vem sentindo nos últimos tempos. E o coração acaba dilatado porque é obrigado a trabalhar em excesso, bombeando mais sangue para. suprir quantidades de oxigênio cada vez maiores. No momento, não existe nenhum tratamento médico para essa moléstia, e a única possibilidade de cura é através da cirurgia.

— O que acontece se não for realizada a operação? — Patience perguntou calmamente.

— Após um certo tempo o coração não suporta mais e há o risco de enfarte.

— Certo tempo... anos? Ou meses?

— É muito difícil dizer. Talvez dois anos... talvez quatro.

Ao contrário da mãe, que não perdeu a calma, Anastasia abafou um grito de angústia.

— E quais são as chances no caso da cirurgia ser bem-sucedida? — Lady Marriott quis saber.

— É impossível fazer uma previsão exata. Trata-se de uma operação relativamente nova, e não podemos oferecer nenhuma garantia a longo prazo. O que posso dizer é que existe uma possibilidade muito grande de a pessoa levar uma vida quase normal, e que é a única esperança de recuperação. Tenho de ser muito franco, lady Marriott. O seu caso é muito sério e tende a piorar rapidamente. Minha opinião é de que devia fazer a cirurgia.

Num gesto instintivo, mãe e filha deram-se as mãos em busca de apoio mútuo. Anastasia estava surpreendida com o autocontrole da mãe, quando ela própria estava a ponto de desmaiar.

— Recomendo que a operação seja feita o mais rápido possível.

O médico procurou descrever a operação em todos os detalhes. Era uma técnica cirúrgica bastante simples, onde o fluxo de sangue do paciente seria mantido de maneira artificial enquanto era feita a cirurgia.

As complicações pós-operatórias, tendiam a não existir mais. Isso se devia à descoberta de uma droga que não interferia na cicatrização nem minava a resistência do paciente em caso de infecção, como acontecem com outros remédios usados anteriormente.

— Devo avisar-lhe, entretanto, que vai ter de tomar essa droga pelo resto da vida. Isso com o tempo pode trazer sérios efeitos colaterais. — concluiu o médico.

— O senhor falou antes de "uma vida quase normal". O que quis dizer exatamente? Se vou ficar inválida, prefiro deixar que as coisas sigam seu curso natural.

— Quanto a isso, tranqüilize-se. A senhora vai poder levar uma vida muito mais ativa do que atualmente. Apenas terá que se privar de certa coisas, tais como café e sal, e ter cuidado para não pegar nenhuma infecção. Esse problema é enfrentado sobretudo por pessoas obrigadas a usar transportes coletivos ou trabalhar em lugares poluídos e com muita gente. Mas em seu caso particular, morando numa casa de campo, não vejo muitas dificuldades. E seus amigos tomarão todas as precauções para não expô-la, afastando-se quando estiverem resfriados ou com outra doença qualquer.

— Entendo. Nesse caso não me resta outra escolha a não ser fazer o que me aconselha — Patience replicou, num tom de voz impassível.— Para quando podemos marcar a operação?

Christian Grey, meu dominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora