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“A Violet e o Niall faziam um casal espantoso.” A minha mãe diz.

“Concordo, depois de tudo o que aconteceu com o Ches e da maneira como ela ficou acho que o Niall é tudo aquilo que ela precisa.” O meu pai responde.

Sorrio para mim própria e Niall olha-me com o canto da boca elevado. Trinco o lábio e penso em como o meu pai tem razão. Niall acelera a minha pulsação, faz-me sentir tonta e viva, faz-me ser uma criança e uma adulta ao mesmo tempo. Eu não posso estar a começar a gostar de Niall, não agora. É claro que gostas. Ele é tudo o que Ches não foi para ti, um apoio, obrigado por me atraiçoares subconsciente idiota.

Entro na sala e os meus pais depositam toda a sua atenção em mim. Informo-os de que o jantar está no forno e sento-me no sofá paralelo ao deles, Niall senta-se ao meu lado.

“Estás com uma camisa do Niall, filha?” A minha mãe pergunta.

“Sim.” Coro um pouco e o meu pai sorri, ele vai perguntar algo e vai ser desagradável.

“Vocês namoram?” Ele pergunta e como eu disse: desagradável.

“Não.” Niall responde. “Somos apenas amigos.”

O meu pai encolhe os ombros e deixa o assunto morrer ali.

Amigos, segundo Niall, nós somos amigos. Acho que não o somos, estamos sempre a discutir e eu não sei nada sobre ele. Confesso que as discussões são quase sempre por minha culpa, mas o facto de não saber nada sobre ele deve-se ao facto dele não confiar em mim.

Os meus pais conversam com Niall como se se conhecessem desde sempre. Porque é que eles nunca se comportaram assim com Ches? Afeta-me um pouco que eles aceitem Niall tão bem conhecendo-o há dias e nunca se tenham dado ao trabalho de conhecer Ches. Jantarmos todos juntos era uma tortura, o ambiente era sempre pesado e agora parece tudo perfeito.

Os minutos passam e o relógio do forno apita. Todos vamos para a cozinha e sentamo-nos na mesa preparada por Niall.

“Estás tão caladinha.” A minha mãe comenta e eu olho para ela. “Está tudo bem?”

“Porque é que nunca trataste o Ches da mesma maneira que estás a tratar o Niall?” As palavras saem da minha boca antes que eu tenha tempo de as prender.

“Porque o Niall está a tentar proteger-te para que não te magoes e o Ches não pensou nisso quando te traiu.” Ela responde bruta e com certeza na voz.

Levanto-me da mesa. “Perdi a fome, com licença.”

Bato com a porta do quarto de Niall e sento-me na cama. Levo as minhas mãos ao meu cabelo e enterro a cara nelas. Uma lágrima escapa quando a porta do quarto é aberta.

“Violet,” Niall agacha-se de cócoras e pousa as suas mãos grandes nos meus joelhos. “olha para mim.”

Afasto o meu cabelo dos olhos e observo Niall, os seus olhos claros transmitem-me calma e compreensão.

“Não me quero meter entre ti e o Ches, mas são águas passadas.” Ele diz no tom mais calmo e profundo possível. “Vem jantar e aproveita que os teus pais estão cá.”

Ele estende a sua mão com um sorriso e eu aceito-a. Levanto-me da cama e a minha cara fica a poucos centímetros da de Niall. Os seus lábios colidem com a minha testa deixando um longo beijo.

“Não faças isto.” Sussurro.

“Porquê?” Os nossos olhares cruzam-se.

“Estou a começar a ter sentimentos por ti e eu não quero.” Desvio o meu olhar do seu.

“Porque tens medo de mim?” Ele continua calmo. “Porque não sabes nada sobre mim?”

“Porque não me quero magoar novamente.” A minha voz falha. Imagens de Ches a trair-me passam-me pela memória, não quero viver tudo aquilo novamente.

“Sê sincera comigo e diz-me o que pensaste quando me viste pela primeira vez.” Ele pede, ainda calmo, compreensivo.

“Que levas qualquer uma para a cama.”

“Devíamos voltar para a cozinha.” O seu tom não é mais calmo, parece sério e arrependido por me ter pedido uma resposta sincera.

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Jô x

Ice Bullet |Niall HoranOnde histórias criam vida. Descubra agora