Alec e Jace: O Beijo Infinito - Final

254 9 6
                                    

Sempre foi difícil para Alec imaginar Jace dormindo. Apesar dos dois morarem juntos por tanto tempo, nunca se quer dividiram um quarto.

Era tarde da noite quando os portões do Instituto abriram automaticamente, dando passagem para Alec e Magnus seguir a trilha de pedras que levava aos primeiros degraus da Catedral. Ninguém nunca entendeu como o mecanismo do local funcionava de fato, se existia algum tipo de magia por trás ou só um sensor que reconhecia sangue Nephilim sem necessariamente ter algum Caçador de Sombras sangrando.

— Meu nome é Alexander Gideon Lightwood e solicito entrada – Falou em voz alta. Olhou de soslaio para Magnus, que parecia perdido nos detalhes cravados no portão — Trago comigo Magnus Bane.

O mago desviou a atenção para o namorado.

— Temo que isso não será necessário – Disse — Minha cordialidade só me leva até aqui. Seria falta de respeito adentrar no Instituto a essa hora da noite, você sabe.

Alec corou. Realmente existiam câmeras por todos os lugares ali, ainda mais no hall da entrada. Podia sentir alguém de dentro da casa se perguntando o que traria o Alto Feiticeiro do Brooklyn a essa hora da noite para os aposentos dos Shadowhunters.

O ruído das engrenagens ecoou forte e vivo dentro de seus ouvidos, e logo após o portão cedeu lentamente enquanto o ar gelado de dentro pinicava seu rosto.

O salão principal estava deserto e Magnus tinha desaparecido quando Alec olhou de volta para a entrada, antes das portas se fecharem em uníssono. Tomou o caminho que sempre tomava para o seu próprio quarto quando percebeu a porta de madeira do dormitório de Jace entreaberta.

Respirou fundo.

Sempre teve uma queda por Jace, desde pequeno. Quando ainda era um garoto entrando na puberdade, sonhava em um dia beija-lo. O tempo fluiu, como a água da cachoeira Glen Falls que passava por um de seus lugares preferidos na terra quando criança, e o desejo por Jace só aumentou. De tanto suprimir os quereres e os pensamentos, Alec passou a acreditar na sua própria mentira e começou um relacionamento com Magnus Bane nos últimos meses.

Por fim, desistiu de tentar assistir Jace pela fresta da porta. Seria infantil demais, pensou. Fora que odiava fazer algo que parecesse proibido.

Jace, semimorto em sua cama, sonhava com aranhas. Parecia extremamente sarcástico o melhor e mais forte Caçador de Sombras de Nova York ter medo de aranhas; mas isso não era discutível. Todo mundo tinha que ter algum ponto fraco.

Estava sozinho numa proa de algum barco em alto mar. Sentia as ondas furiosas se chocando contra o casco do navio. Percorreu toda a extensão do barco em busca de respostas, mas nada encontrou. Graças a sua velocidade acima da média, foi capaz de desviar de um ataque de uma aranha gigante, ou o que quer que fosse aquilo. Jace se jogou para longe, rápido como um guepardo, e pousou em pé no assoalho. A sua frente uma fera metade demônio metade aranha o fitava, brandindo suas presas afiadas como bisturi. Da boca saía um líquido esverdeado que deixava o estomago de Jace revirado. Tentou sacar sua espada no mesmo instante que percebeu não a ter ali. Seja qual fosse o objetivo de tudo isso, com certeza era faze-lo sofrer antes de ser morto. Jurou se vingar de quem quer que fosse o responsável quando a aranha resolveu atacar novamente. A velocidade com que percorria o chão do navio era assustadora, e Jace se viu desesperado pela primeira vez na vida. Lembrou de um provérbio francês que dizia algo sobre esperanças e desesperos, e se repreendeu na mesma hora por ter pensado em provérbios no meio de uma batalha. A única saída lógica que veio a mente foi se jogar no mar. Aprendeu a nadar com o pai no começo da infância, e não achou difícil recriar os mesmos movimentos para manter a cabeça fora d'água.

One Shot's Os Instrumentos MortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora