O som e o tempo.

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Na parede escura,

no reflexo do espelho,

o tique-taque do relógio,

junto a melodia do

Tempo

que se esvai

sem eu pensar

que se passou tanto tempo.

O som que bate a janela,

persistente,

é o tempo

que vem me alertar,

que é escasso o tempo

que ainda o tenho.

As cortinas balançando

no balanço do

Vento

que varre sem pretensão:

as folhas do quintal lá fora,

os jornais deixados na rua,

a pipa que se prendeu num
limoeiro,

a mão que se desprendeu da outra,

o destino preso no tempo.

Nada mais pertubante,

que o som e o tempo

me lembrando,

a cada vez que o ponteiro gira,

que não nos resta tanto tempo assim

para escolhermos

entre sermos infinitos

ou somente passageiros.
 
 
Escrito por Gessica Souza.
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