Capítulo 05 : "Magic"

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Continuação...

— Por vergonha?

— Sou gay e quando me assumi, meu pai disse que não sou mais filho dele... Minha mãe se perdeu em prantos e eu fui expulso, então naquele dia eu passei a noite na casa da minha falecida vó. Tem muito tempo! Na época eu era no um menino e no dia seguinte voltei pra casa. Em cerca de 3 meses eles entraram com pedido de divórcio. Minha mãe, Bryana é uma romântica inconformada, todo mês recebo convite para casamentos dela. Ela tá ficando "crack" nisso! - ele dá um meio sorriso

— Como consegue falar sobre isso com tanta facilidade?

— Pra que fugir da verdade? Sabe... Temos uma caixinha no nosso subconsciente, ela é bastante útil, é de lembranças e pensamentos ruins...

— Joga tudo dentro dela?

— Quem dera fosse tão fácil.

— As lembranças são bloqueadas e automaticamente entram. Os pensamentos, desses a gente quebra as correntes de dor e encara tudo de uma foram diferente.

— E qual é a sua?

— Eles me amam! Meu pai as vezes me liga, me visitou, disse que sentia saudades. Depois que eu casei no Brasil sem eles, creio que... Meu pai se abriu mais pra mim e me aceita mais. Minha mãe diz que me ama por celular e diz que deseja que eu arrume um homem tão maravilhoso quanto o dela no momento.

— Foi complicado não é?

— Você nem imagina!

— Sinto muito.

— Eu fico feliz, não sinta. Meu horário de almoço acabou. Tenho um encontro depois do trabalho, devo adiantar ele pra terminar logo. Até mais... - ele diz se levantando e deixando o dinheiro na mesa

— Te vejo amanhã? -

— Se quiser! - Peter sorri lindamente e some do meu campo de visão.

No dia seguinte...

Desta vez o meu estágio seria ao lado de Matthew, tarefa que desde o início julguei impossível. Matthew é um ser desprezível.

O começo do estágio foi bastante tranquilo, falamos apenas o suficiente e vale destacar que ele me trouxe no carro dele no banco de trás. Tudo corria normal, mas aí escutei Matthew numa ligação e ele gritou chamando um homem de incompetente, que iria demiti-lo e que ele não vai mais arrumar nenhum emprego como esse. E... Quando ele encerrou a ligação eu perguntei porquê ele não trata seus funcionários de forma coerente e educada.

Então ele respondeu :

— É sério que quer falar sobre educação, moleque? - ele me encara entrelaçando os dedos de uma mão na outra e logo depois apoiando os cotovelos na mesa.

— Sim. O que custa falar com educação? O que custa um "bom dia"? Por que você é tão imundo?

— Aaah, moleque. Está precisando lavar essa sua boca com sabão.

— Vejamos quem precisa mais.

— A vida não é fácil pra ninguém, Fernando!

— Imagino que pra você sim. Filhinho de papai, não sabe o que é passar fome, frio, não conhece a dor!

— Não me julgue sem antes conhecer.

Meu Louco Peter - L4 da série Smith Onde histórias criam vida. Descubra agora