Cap. 2

12 1 0
                                    

Tinha passado uns meses desde aquele dia, eu tinha sido provomida para fazer as seleções na empresa onde trabalhava.
E para primeiro dia no cargo novo tinha escolhido minha camiseta preferida, que agora era branca com detalhe preto no ombro...
Caminhei o corredor com nervosismo e com meu copo de café na mão, analisei a sala com pessoas organizadas em círculo e meu olhar congelou em uma pessoa específica. - aquele cabelo escuro, que agora estava curto, e só ela tinha aquela cor de olho - Ella.
Travei com a mão na maçaneta e tossi por engasgar com o café. Dei um bom dia cortado por tosses até a respiração normalizar.
Dei uma brincada através de dinâmicas conseguindo levar a seleção de forma mais descontraída possível e no fim parei na porta para cumprimentar todos, ela não passou por mim... Olhei para dentro da sala e encarei.
- hmm... Tudo bem? - Perguntei tentando não me perder.
- Desculpa, queria falar contigo.
- Co... migo?
- Que loucura... Eu... hm...
Encostei a porta e cheguei mais perto dela.
- O quê? - Abaixei a voz e cheguei mais perto.
- Preciso do seu número.
Olhei para baixo e vi as tatuagens de traço fino em seu braço, a manga da blusa escondia uma aquarelada. Ela puxou as mangas para cobrir de mim.
- Não precisa cobrir. - Estiquei a mão para ela, que não hesitou em entregar o celular, anotei meu número e devolvi. - Por que mesmo, você precisa dele?
- Aquele dia...
- Lua! - Minha amiga do RH entrou animada na sala e afastei da Ella. - Desculpa! Achei que tivesse dispensado o pessoal.
- A Ella ficou para tirar uma dúvida. - Encarei aquela pintura viva mais uma vez e deixei passar por mim. Quando a Briana saiu eu agarrei o braço da Ella e soltei um "entraremos em contato", pisquei e ela riu, o que acabou me arrancando um sorriso, quando ela saiu, fiquei sentada na mesa de reunião olhando a parede a minha frente imaginando o quão perto ficamos.
- Oiii!! - Briana estava chacoalhando a mão em minha frente.
- Desculpa.
- Qual é daquela guria?
- Nada demais...
- Não pareceu "nada demais" para mim. - Ela fez aspas com os dedos.
- Ela só....
- Lua, sua pupila dilatou... Você não tem argumento plausível para isso. - Cruzou os braços me encarando.
- Eu gosto do meu trabalho..?! - Dei de ombros.
- Você está de brincadeira comigo.
- Prometo que te conto a história, mas agora temos reunião.
- Do almoço você não me escapa!
- Será? - Eu ri e ela me deu um soco no braço. - Que merda de soco é esse?!
- Iii, donzela, doeu? Para quem luta boxe, você está muito sensível.
- Se eu posso ser mulher e gostar de mulher, também posso lutar boxe e ser sensível... - Esfreguei o lugar onde ela tinha batido.

Uma Página PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora