Mortífero

Capítulo 7

12 maio de 2005

O outono havia chegado, o vento baria gélido em nossos pequenos rostos, era meu aniversário o que não era nada especial já que era de 11 anos, ou seja, nada interessante. Ágatha que possui grandes olhos e bochechas enormes estava a minha frente, os seus olhos azuis cravados na ponte, a bainha era traquilha, era um dia calmo e frio.

- Onde você está me levando? - Digo com a voz aguda de um adolescente naquela horrível fase chamada vida.
- Se eu tivesse que falar teria te avisado e não falado "É UMA SUPRESA".
- Ignorante - Digo baixo para ela não ouvir porqur provavelmente ela me bateria e Ag costumava ter bracinhos bem fortes.

As árvores mais a frente exibiam um ar de cansadas, ja que era outono as folhas caiam fazendo montes de folhas no chão e tudo que minha mente de 11 anos pensava era "meu Deus, eu preciso pular nesse monte" mas a curiosidade de saber aonde estava era maior do que tudo.
Depois de caminharmos por 1 minutos conseguia ver mais nitidamente a ponte da baía, Sydney parecia mais brilhante e iluminada naquele dia em específico.

- Já chegamos? - Ag parece que vai me dar um soco a qualquer momento.

E nesse momento eu vejo, aquilo parecia uma das coisas mais incríveis na minha vida, o mato. Havia uma parede de uns 3 metros com árvores ao redor e era toda verde, não tinha um metro quadrado que não tivesse plantas e tudo que eu pensei era porque aquilo tudo pra uma prede de mato, até que Ag esticou suas pequenas mãozinhas e abriu uma porta que parecia não estar la e tudo que havia la dentro era uma árvore e um banco.

- Uma árvore e um banco? -
- É, uma árvore e um banco, o que você queria mais? Sou apenas uma garota com seus 10 anos - No seu rosto havia um sorriso e aqueles olhos azuis brilhavam como estrelas.

Cheguei mais perto e me sentei, Ag veio em ssguida e nós ficamos lá, sentados esperando algo acontecer, e eu poderia aqui dizer como nós tivemos o nosso primeiro beijo ao som da água e no meio de flores com a vista de uma ponte iluminada, mas isso não aconteceu porque motivo 1: nunca senti nada além de amizade por Ag e motivo 2: eu realmente odeio qualquer tipo de romantismo que possa acontecer perto de mim.

A partir do que o dia foi escurecendo eu me perguntava mais e mais o porque daquele lugar e o porque de me sentir tão acolhido
e tão bem em relação a aquele pequeno canto em um lugar tão afastado.

- Você gostou? As vezes a gente acaba se perdendo em meio a tanto caos que quando nós sentamos para descansar e só pensar parece que a vida vem e da um abraço na gente pra falar que vai focar tudo bem - Ela parecia uma mulher, não uma garotinha de 10 anos, ela era melhor que eu, era incrível e parecia sempre ser tão a frente de todos e saber agora o seu fim é como se nada fizesse sentido novamente. Naquela noite nós ficamos sozinhos e quietos depois de Ágatha falar, um tempo se passou e fomos embora, abraçados pela e vida e tentando seguir nossos caminhos, eu não poderia pedir um aniversário melhor que esse, era tudo o que eu precisava, a calmaria no meio do caos.

Agora em 28 de junho de 2012 vejo que momentos como esse nunca mais voltarão, e quando penso na sensação da vida me abraçando sinto um aperto de que tudo aquilo foi uma mentira que a minha mente inventou para me proteger do que eu estava passando, era tudo um borrão, eu era e sou um borrão.