03 - Fuga ✓

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Por volta das três da manhã, eu desliguei a TV. Andei pelo quarto a procura de Zero Two, que estranhamente não havia ido dormir como tinha me dito.

Sua cama estava vazia, assim como qualquer outro lugar do cômodo. Eu não havia a achado antes, talvez ela tenha um esconderijo secreto. Então, continuei a procurando.

Com a quarto vazio, de eu já começava e me desesperar. Como ela poderia ter fugido? Corri em direção a porta, observando as nove chaves que eu havia deixado nas fechaduras. Uma grande idiotice.

Pousei a mãe sobre a maçaneta, na esperança de que a porta não abrisse. Porém, para a minha desgraça, a mesma havia aberto. E eu já estava com tanto sono...

Peguei todas as minhas coisas e tranquei o quarto. Sei que meu avô não havia dito para deixá-la presa o tempo todo, mas, meus pais não poderiam saber dela, ele me mandou ser o mais cauteloso possível! Isso eu tinha certeza!

Andei pela casa a procura da mesma. Uma mansão tão enorme, me preocupava não acha-lá antes de adormecer.

Andava pela casa preocupado. Meu medo de que ela tivesse entrado no quarto de um dos meus familiares de deixava muito desconcentrado. Meus olhos pesados também não me ajudavam muito na tarefa de encontrá-la.

Estou com fome… Passar horas trancado naquele lugar sem nada pra comer foi horrível…

Desesperançoso e desistente, eu me dirigi a caminho da cozinha para comer e em fim, dormir, pois meu sonho já tinha me ganhado e eu iria dormir.

Porém, para minha "sorte", os pequenos barulhos vindos da cozinha eram causadas pela coisa criada por meu avô. Não sei bem se posso chama-lá de "gente"…

Apesar de vê-la ali, distraída, eu não sabia exatamente o que fazer, eu estava travado! Tinha medo de que se eu a chamasse, ela fugisse. Agora, se eu me aproximasse, ela poderia me machucar… Tinha medo dela, mesmo tendo a conhecido naquela mesma noite.

Me arrisquei por chama-lá:

— Zero Two…?— Minha voz saía meio embargada pelo sono, eu nem mesmo tinha certeza se ela havia ouvido.

— Que foi?— Ela me respondeu calmamente enquanto colocava um prato sobre a mesa. Aquilo me deixou surpreso...

Mas a noção básica que tinha era que eu não conseguiria obriga-lá a voltar para o laboratório. Talvez pedir com educação funcione, já que quando a chamei ela não fugiu....

— Você… Pode voltar ao laboratório?— Dei um passo em sua direção, sendo interrompido por sua voz.

— Não se aproxime!— Seu tom de voz me assustou por ser alto e raivoso. No silêncio da casa, eu tinha medo que Ichigo, que tem solo leve, tivesse acordado.

As luzes começaram a se acender em nossa direção, com uma lanterna iluminando os corredores. Zero Two pareceu surpresa, mas, se escondeu rapidamente atrás do balcão da cozinha.

— Mãe...? Pai...?— Minha irmã entrou na cozinha. Estava sonolenta — Que barulho é esse, Hiro?— Me encarou coçando seus olhos.

Minha cabeça doía de sono, não conseguia inventar uma boa mentira…

— Me assustei com um rato no escuro…— Disse a primeira coisa que me veio a mente.

— Não temos ratos aqui…— Franziu suas sobrancelhas azuladas em dúvida — Você deve ter visto algo no escuro.— Bocejou.

— Deve ter sido…— Bocejei também. Estava tão cansado…

— Vamos dormir.— Ichigo fez sinal para que eu a seguisse e me guiou ao corredor dos quartos — Boa noite.— Ela sorriu minimamente e fechou sua porta.

Caminhando sonolento até meu quarto, eu abri a porta, vendo a bagunça que o mesmo estava. Abri meus olhos tão assustado. Eu não havia feito aquilo, isso era certeza.

Ela havia feito.

— Como você chegou aqui?— Perguntei afobado, minha cabeça já não funcionava direito por conta do sono e das preocupações.

— Tudo aqui fedia a você.— Zero Two me respondeu, sentada sobre minha cama.

Minha cabeça já tombava para o lado, eu não conseguia me concentrar em peganizar as folhas de papel pelo chão, nem os lápis ou canetas. Decidi que simplesmente me deitaria e dormiria. Minha cabeça estava girando e eu deixaria aquilo para o próximo dia.

A dúvida que me restava era o que fazer com ela. Antes de apagar de vez, tranquei a porta de meu quarto na esperança de que ela não fugisse e escondi a chave dentro do meu travesseiro enquanto ela não olhava.

Me deitei sobre a cama, logo após ter escorregado sobre uma caneta, o que me deu deixou um pouco mais estressado. Mas eu entendia que era culpa minha tudo aqui-lo. Se eu não tivesse deixado as chaves na porta…

Bestial GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora