Uma Vida Para Chamar de Minha

Prólogo

"Mãe, agora vá!

Leve contigo as coisas boas, pois as ruins, a senhora já resolveu.

Te amo."

Essas foram às últimas palavras que Pedro disse ao ouvido de sua mãe antes de a colocarem naquela cova, levando-a bem longe dele, separando-os para sempre.

Ele nunca mais seria o mesmo sem a presença de sua mãe, a ausência daquele anjo que sempre o protegia e amparava em todos os momentos de sua vida.

A quem iria recorrer? Seu pai? Sua irmã? Quem?

Seu pai Ernesto, homem durão, no momento está sofrendo pela perda de sua querida esposa, a quem dedicou toda uma vida. Sempre questionava o jeito de Pedro ser, o modo de pensar, o criticava em tudo. Sempre questionava o jeito de ser do Pedro, o seu modo de pensar, criticando-o em tudo. Denise, sua irmã, a mais calma, ficava sempre na dela. Entretanto confrontava seu pai todas as vezes que ele emergia com ar de superioridade para cima de Pedro.

Depois de sua querida mãe, ela era sua protetora também, sempre ali, cuidando, pegando no pé de Pedro para que ele batalhasse, estudasse e se tornasse alguém autossuficiente para manter-se independente.

Com a morte de sua mãe tudo mudou, a sensação de vazio alastrou-se por todos os cantos da casa. Seu pai não era mais aquela pessoa feliz e de bem com a vida, resultando em uma pessoa rancorosa e que vivia de mau humor. Já Denise, mudou-se para seu próprio apartamento, quando arrumou um novo emprego.

Sempre que possível Pedro vai ao tumulo de sua mãe, pedir alguns conselhos, pois desde quando ela se foi, há quase seis meses, ele não fala com ninguém e não se interessa por nada. Em casa, seu pai vive reclamando e gritando com ele, tudo para que arrume algo para fazer, que volte à escola. No entanto Pedro não quer nada disso, apenas ficar quieto, em seu mundo de tristeza e solidão. Sua irmã, quase não aparece mais em casa, devido ao trabalho e os estudos da faculdade de medicina que tanto sonhou fazer.

O que esperar dessa vida incerta? O que ela tem para lhe mostrar?