Hétero

Descontrole

   Era uma zona completamente desconhecida, na qual o maior dominador do local era justo a pessoa que venho evitando -ou pelo menos tentando- e não sabia se poderia acabar fazendo besteira.

    Nesses últimos dias Keith tem feito duvidar de mim mesmo, como se eu não me conhecesse mais, como se não soubesse mais quem sou.
E isso assusta.
    É quase involuntário olha-lo, sentir algo, e não sei mais se é apenas por causa de suas feições delicadas e afeminadas como vinha dizendo a mim mesmo. Keith estava despertando um interesse estranho em mim.

      -Aah não acredito que vocês vieram- ele olhou para mim como se fosse me analisar -quer dizer, achei que não viria Lance.

      -Porque?- senti Pidge beliscar meu braço -ai! Que foi louca?

      -Estava reclamando até agora seu vagabundo- seus olhos se tornaram estreitos e só então percebi que não havia contestado a fala de Keith, mas sim apenas respondido casualmente.

  
      -Então, entrem logo

      -Certo- a baixinha passou por mim e adentrou o local.
   Era uma casa bonita, com a sala ampla e um grande sofá branco. Ao outro lado uma cozinha onde pude visualizar Hunk preparando algo e bem no centro uma escada onde levava para o andar de cima.

      -Lar doce lar- vejo Pidge se jogar no sofá e deixar a mochila no chão

      -Vamos Lance, pode ficar a vontade. Os outros vão chegar em breve- esse Keith estava até bem normal, seu tom de voz manso porém sem o uso de sarcasmo ou malícia. Diria até que parece gente.

      -Okay

  

   Com o passar do tempo, fui me acostumando com a ideia e sem prestar muita atenção já estava conversando animado com os outros presentes. Eu Pidge e Hunk falávamos sobre tudo, o assunto fluía de um modo incrível conosco, era quase cômico.
   Em meio a uma dessas conversas Keith acaba sentado de lado em meu colo para falar com Pidge, e por alguns segundos me assustei, mas logo essa sensação mudou para desconforto. Eu não estava desconfortável por ter Keith alí, fiquei assim pois tive vontade que ele permanecesse, e esse pensamento deixou meu rosto quente.
   Keith gesticulava tão avulso de tudo que se passava em minha mente que pela primeira vez me senti errado apenas por pensar. Sua coxa parecia agradável a minha mão agora e colocaria a culpa na bebida se tivesse bebido o suficiente, mas tudo parecia especialmente sóbrio e embriagante ao mesmo tempo. Fiquei com medo de que percebessem meu descarado olhar para cima dele, mas ainda sim não conseguia desvia-lo e consequentemente o mundo parecia se tornando aos poucos um borrão em câmera lenta. Apenas sensações se prevalecendo e tornando única e indispensável minha odeia de toca-lo.

   Assim fiz

   Sorrateiramente deslizei minha mão até chegar em contato com sua calça justa e subi em sua coxa, ficando perigosamente perto, dando um meio abraço no outro, que sorriu com o toque mas ignorou para dar rumo a sua conversa. Foi aí que minha linha de sanidade mental sumiu de vez. quando finalmente o toco ele me ignora assim?
   Ah eu mereço

   Tomado pelo instinto subo minha não a sua cintura fina até sentir minha pele entrar em contato com a sua por baixo da blusa grande e desabitual que este usava. O toque era superficial, mas foi se tornando profundo, um carinho contínuo, e quando Keith se mexeu em meu colo tive que morder os lábios contra a ansiedade do momento. Nossos corpos emanando fervor um para o outro, mas ele continuava a fingir que não existia. Foi quando o descontrole tomou conta e inerte em um profundo paralelo desci o toque para bunda, com o rosto colado com seu pescoço e a razão no espaço.

      -Keeeith

      -MEU DEUS EU NÃO SOU OBRIGADA A VER ISSO- Pidge der repente disse alto me assustando -VÃO PRO QUARTO

  

Okay, eu admito.

As coisas estão saindo do controle