Capítulo 15

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Ela disse:
O amor é construção e construir sozinha, é cansativo.
— Zack Magiezi

25 de Julho
Hospital Universitário Infantil
Toronto, Canada

P.O.V Angel Marie Morgan
Cheguei no hospital já era bem tarde mas como já estava indo lá sempre entrei sem nenhum problema; e diferente das outras vezes caminhei com calma pelos corredores, pela primeira vez pude me importar em passar devagar e em silêncio para não acordar os outros pacientes. E foi quando eu entendi aquela velha estória de que quando temos filhos, nada mais no mundo vai fazer sentido sem ser eles.
Quando já estava em frente ao elevador pra subir pro andar certo, uma placa chamou minha atenção me fazendo desviar do caminho mas mandando o Channing continuar o caminho; o meu caminho até o berçário foi quase no automático, meu coração saltitava de alegria por ter pensamentos como de ter filhos mas também se apertava por imaginar o como seria ter essa vida de brigas e mais brigas, com mais uma filha.

Eu devia ter ficado ali quase meia hora observando os bebês quando me toquei que o Chan poderia já estar preocupado. Então com calma fui voltando até o caminho do elevador e acabei passando em frente a um dos meus seguranças que no mesmo momento pegou o rádio e avisou alguma coisa a alguém. E por isso eu soube que talvez teria um problema quando chegasse no quarto.
Assim que passei pela porta do elevador encontrei um Channing parado em frente ao mesmo com uma cara nada boa.
- Você sabe que não deve sumir assim de perto de mim né. -ele falou me acompanhando até o quarto mas não entramos pra não acordar o Ryan e a Amé.
- Nao tem com o que se preocupar, eu não sai do hospital, nada iria me acontecer. -falei me esticando e dando um beijo em sua bochecha.
- Você me deixou preocupado. -ele respondeu acariciando minha bochecha e já abrindo a porta do quarto pra mim entrar, e ele permanecendo do lado de fora.
América dormia tranquilamente na sua cama, e não havia mais nenhum fio ligado a ela com exceção do soro com vitaminas que ela ainda iria continuar até receber alta. Me aproximei dela fazendo um carinho em seu cabelo, e arrumando o lençol que ela usava como coberta; o que me fez notar o quanto o tempo estava passando rápido, e logo o inverno iria voltar.
No canto do quarto Ryan dormia deitado no sofá usando a sua mochila como travesseiro, mas parecia estar sentindo frio então com cuidado levantei sua cabeça e troquei a mochila por um travesseiro e logo depois cobrindo ele com uma coberta e fazendo o mesmo com a América.
Peguei minha mochila e levei pro banheiro ali do quarto, tirando o meu longo vestido e vestindo uma roupa mais confortável para passar a noite ali e logo pela manhã ir para casa e levar minha filha junto.
Já estava de "pijama" quando peguei meu celular e sai do quarto, encontrando o Chan sentado nas poltronas que ficavam ali perto; me sentei ao lado dele mas permanecendo em silencio. Ele não vestia as roupas comum, estava parecendo mais com o Chan que eu conhecia a alguns anos.
- Deis que eu voltei, você não me falou como foi o ultimo ano que eu fiquei fora. -falei baixinho chamando sua atenção pra mim.
- Deis de que você foi embora, tudo aqui se tornou um completo inferno, seu pai não fazia mais nada sem ser procurar você e isso já estava começando a assustar a todos da casa principalmente sua mãe. E eu quero que você saiba que eu realmente sinto muito por aquela noite em que você perdeu ela, Joseph chorou durante toda a viagem de fuga. -ele falou me deixando surpresa por saber o lado dele nessa historia.
- Durante aquela noite, por que os seguranças não atiraram em mim depois que ele errou?
- Porque naquela noite meu pai morreu tentando te proteger, então eu assumi o controlar de defender a casa mas quando eu vi o que ele tinha feito à sua mãe, eu não consigo continuar com o plano então apenas tratei de cuidar para que ele ficasse vivo e longe de lá. -ele falou me fazendo encostar a minha cabeça em seu ombro começando a sentir o sono me dominando.
- Eu também sinto muito pelo seu pai, eu gostava dele mesmo quando ele não deixava a gente nadar de madrugada. -falei fazendo ele rir e passar o braço em torno de mim me deixando mais confortável e aquecida.
- Sabe Angel, eu sinto a falta dele mas toda vez que eu penso nisso eu lembro que ele morreu lutando pelo que acreditava; e ele acreditava em você do mesmo jeito que eu acredito talvez até mais. Ele admirava tanto você, e o quanto você se dedicava com todo aquele treinamento porque ele sabia que você iria conseguir usar tudo o que aprendeu para o seu bem; e uma das últimas coisas que ele falou pra mim, foi o quanto acreditava que nos sonhos que seu pai fez pra você quando você ainda era mais nova, e que ele estava muito feliz por ter feito parte disso tudo.
E foram as últimas coisas que eu escutei antes de dormir, e a melhor coisa que eu já havia escutado sobre o meu treinamento e sobre a minha família.
Acordei no que parecia ser um sofá, com o meu celular vibrando em baixo do travesseiro; levantei dali vendo que o Ryan já tinha acordado mas a América ainda dormia. Fui até o corredor atendendo o celular.
" Angel meu bem, eu cheguei agora no Canadá mas não souberam me falar onde vocês estão hospedados." -Tia Pattie falou assim que eu atendi e pelo barulho de fundo eu soube que ela andava de um lado pro outro no aeroporto.
" Tudo bem tia, vou mandar alguém buscar a Senhora agora mesmo e te levar para casa." -falei vendo o Channing entrando no corredor e trazendo com ele algumas sacolas.
"Obrigada meu anjo." -ela respondeu desligando.
Chan se aproximou e me entregou o que parecia ser café pra mim e pra América, e mais a mochila da minha pequena que ele continuou segurando.
- Bom dia Angel, precisa de alguma coisa? -perguntou dando uma olhada pela janelinha que fixava na porta do quarto da Amé.
- Na verdade sim, eu preciso que você mande alguns seguranças irem buscar a minha tia no aeroporto. -falei apressada fazendo ele compreender que tinha que se naquele momento e foi o que ele saio para resolver com o rádio na mão mas antes apontou para o quarto.

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