Epílogo

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Depois deles nos apagarem, não me lembro de mais nada. Acordei na minha cama, no meu apartamento. Procurei pistas de que alguém esteve ali, mas não encontrei nada. Poderia simplesmente não acreditar em nada do quê aconteceu, que foi somente um sonho.

Mas olhando a tatuagem que eu nunca fiz em meu braço, me fez encarar que era verdade. No meu braço estava escrito "Mestre". Então tudo foi real, as mortes, Lucas, Matheus e o Eduardo.

Deitei na minha cama, lembrando que agora ele poderia estar morto, naquele maldito jogo liderado por psicopatas.
Levantei rapidamente ao lembrar da frase do Matheus.

" É bom vocês me visitarem em Osasco "

Eu poderia ter certeza!

Pego meu notebook e vou no Facebook, procuro Matheus que moram em Osasco. Sei que pode ser um tiro no escuro, mas eu precisava ter certeza. Depois de cinco horas procurando eu estava quase desistindo, até que vejo um nome Matheus Souza, era ele!

Cliquei rapidamente no perfil, olhei as fotos e era ele. Eu o encontrei, lágrimas de felicidade saem dos meus olhos. Ele é real, decido enviar uma mensagem para ele.

Chat on
Acho que agora somos Mestres.

Sabia que ele notaria que era eu, e mais rápido do que eu enviei, a resposta apareceu.

Eliza? Você é real. Não é um sonho, por alguns minutos eu pensei que estava louco. Sim, aparentemente somos Mestres agora.

E mais outra foi mandada.

O Lucas acabou de me enviar uma mensagem, vou colocar todos na chamada de vídeo.

Apareceu uma mensagem para aceitar a chamada, cliquei no "aceitar ". Lucas e Matheus apareceram na tela, eles estavam com o rosto cansado igual a mim.

Conversamos sobre tudo o quê passamos, e de como chegamos em casa. Eles disseram que também estavam nas suas casas e estavam na cama. Conversamos tanto que chegou ao assunto Eduardo.

- Eu ainda não acredito que ele quis ficar. - Lucas diz desanimado.

- Ele fez isso por nós, nós três. Ele nos deu uma chance de termos a vida normal que tínhamos, estamos aqui por causa dele. Vamos honrar a oportunidade que ele nos deu. - Matheus diz, mas o tom dele parecia que o Edu estava morto.

- Ele não está morto, Matheus. - Minha voz saí baixa.

- Eu sei que não, aquele cara é duro na queda. Não duvido nada que ele ganhe. - A voz dele é certa disso. Eu também tinha essa certeza.

Conversamos mais até dar a hora de casa um fazer algo.

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Um ano depois

Muita coisa mudou em um ano. Depois de tudo o que passei, nunca mais consegui dormir tanto como antes, isso fez com quê eu nunca mais ficasse me atrasando no trabalho. Nas primeiras semanas todos estranharam, mas não falaram nada. Também não falaram por eu ter ficado três dias sem aparecer no trabalho, eu também não perguntei. Tive certeza que tinha dedo daquele velho nisso.

Lucas, Matheus e eu mantivemos contato frequentemente. Acho que viver um jogo de vida ou morte pode aproximar muito as pessoas.

Eles perderam a fé de quê o Edu sobreviveu ao jogo, mas eu não. Ele disse que iria voltar por quê eu precisava dele, então ele vai voltar.

Hoje era sexta feira, então eu fechava a lanchonete junto com a Sabrina. Mas como ela queria vê seu sobrinho que nasceu hoje, falei que ela podia sair mais cedo que eu cuidaria de fechar direito.

Tranquei a porta e chequei se estava realmente trancada. Me virei para ir embora, mas tive uma surpresa. Um homem estava um pouco mais a frente, não conseguia vê nada além de sua forma por causa da escuridão presente.

- Olha se quiser roubar algo eu juro que eu quebro sua cara no meio, entendeu? - Eu disse alto para ele ouvir, não tinha mais medo de nenhum ladrão também. Pois aprendi a me defender em aulas de luta.

- Sim, senhora.

Espera.

Essa voz, não é possível. Ele sai devagar das sombras, dando para vê seu rosto, estava com pequenas cicatrizes no rosto, mas ainda era ele. Meu Eduardo.

- Edu. - Sussurrei com lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

- Eu disse que voltaria. - Ele diz sorrindo, mas dava para perceber lágrimas nos seus olhos também.

Ele abriu os braços e eu corri em sua direção o abraçando. Levantei meu rosto e o beijei, assim como tinha o beijando durante sonhos que tive esse ano todo. Ficamos assim não sei por quanto tempo.

Quando nos separamos, nosso lábios estavam inchados. Solto uma pequena risada ao me lembrar de um ocorrido.

- Do que está rindo? - Pergunta confuso.

- Eu apostei com o Lucas de quê você voltaria, ele não acreditou. Eu disse que se ganhasse ele teria que subir em cima de uma mesa, em um bar de mulheres e fazer uma dança pra elas. - Digo rindo muito, pois agora sei que ele vai ter que fazer isso.

- De onde você tirou essa ideia? - Ele disse rindo.

- As meninas do serviço me ajudaram a escolher. Mas depois falamos disso, agora eu só quero te beijar. - E ficamos lá nos beijando até irmos para o meu apartamento.

Depois de dois dias eu marquei para encontrar o Lucas e o Matheus, eles quase desmaiaram quando viram o Edu, teve muitas lágrimas e abraços.

Claro que eu não esqueci de lembrar o Lucas da aposta.

E o Edu, eu e o Matheus fizemos questão de gravar ele pagando essa aposta.

Realmente, um jogo pode mudar uma vida ou quatro.

Entre Tiros E Balas (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora