Wolf Thing | yoonseok |

Especial

Ei aí?... 

Então, essa fanfic é original do Spirit e esse capítulo foi um bônus especial pelos 100 favoritos que eu consegui lá. Eu poderia deixar especiais para o fim da história, mas felizmente eles são importantes para o enredo.

Considere esse capítulo normal como todos os outros. 

♧

 KIM NAMJOON (ON)

Já faz seis meses desde que todo o meu povo foi obrigado a deixar o lar em que sempre viveu, uma pena, mas eu não me sinto mal por isso, na verdade, como diria minha mãe, é um milagre o que ocorreu. Com as informações que consegui além-fronteiras, onde eu tive que tomar calmantes e usar perfumes para me infiltrar, todos saíram são e salvos.

Agora a população de Seul está se adaptando a um estilo de vida provisório, em construções improvisadas de alojamentos mais ao sul da mata fechada. Isso é o bastante para mim, a prova que o legado do meu pai não foi em vão, eu fui preparado para enfrentar problemas, então fugir não fere a minha vaidade, na verdade me satisfaz. Eu que ouvi pessoalmente que Incheon ia matar covardemente os filhotes, depois os ômegas, as mulheres de outras classes, e os homens betas e alfas para que pudessem ter certeza da dizimação da minha alcateia, mas eu consegui impedir e isso basta, venci aquela batalha e agora estava lutando pela minha guerra.

Minha mãe entrou em contato imediato comigo quando soube, ela foi capaz de burlar as leis da Colina para se certificar de que eu e minha geração estávamos bem. É proibido, nós só podemos ter algum tipo de comunicação depois de um ano e ainda assim somente em datas festivas, mas foi bom ouvir a voz dela, eu quase me senti um filhote outra vez. Só que nem isso balançou o meu coração, eu estava estranhando a forma racional em que eu estava agindo, era automática, talvez fosse um sintomas de ser líder, ou o meu coração que já estava quebrado o suficiente para se abalar com alguma coisa.

Hoje faz nove meses desde que meu filhote surgiu em minha vida e nove meses que ele foi embora, eu fui pai muito rápido, assim como deixei de ser, tudo ocorreu em um único dia, eu ainda consigo sentir meus picos de emoções que tive. Eu fui do cara mais feliz do mundo ao mais fracassado em menos de doze horas e esse é um dos motivos pelo qual meu ômega ainda não saiu do nosso quarto, não, esse é o motivo pelo qual eu ainda não vi o meu ômega hoje.

A gente ficou diferente um com o outro desde isso tudo, distantes, mas próximos. Hoje, por exemplo, acabei dormindo no escritório sobre as papeladas econômicas da antiga aldeia e não me importei com isso, porém há dias em que nós dois ficamos a manhã inteira no sofá da sala, sem falar nada, agarrados um ao outro. Nós quase nunca dizemos nada e as poucas coisas que ainda temos coragem dizer é sobre algo banal do cotidiano como "Apague a luz, por favor" ou "Pode deixa, a louça é minha hoje", estamos vivendo situações opostas de maneiras simultâneas.

Eu passo boa parte do tempo concentrado em sair dessa situação e acabo desperdiçando chances reais disso acontecer, eu reconheço isso, mas era foda seguir em frente.

Essa é a razão de eu estar sozinho no quintal da casa em que estamos morando, ela é enorme e alimenta a distância entre eu e meu ômega, meus pais construíram quando eu ainda era um bebê, era para ser um presente de casamento, mas acabou se tornando meu refúgio. A tarde está gostosa, o sol toma quase todo o terreno, pois algumas árvores fazem sombras, é verão e a luz solar demora a ir embora. É um cenário bonito, bem a frente do nosso quintal há um rio que corre veloz, um gramado baixo e bem aparado, enquanto a floresta ficava no outro lado da margem.