Heartbeat

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Acabei cochilando no sofá, e quando acordei, estava apenas Renesmee no outro sofá. Assistia algo no celular com fone de ouvido. E pelos risos que eu ouvia, era alguma comédia barata.
Me sentei, zonza. Isso chamou sua atenção.
– Hey. - sorriu calorosa, largando os aparelhos e vindo em minha direção.
Pisquei. Não tinha reparado nos notáveis centímetros que ela cresceu no tempo que estou aqui.
– Você devia crescer rápido assim? - Me certifiquei.
– Sim. Vovô está sempre me medindo, se certificando.
– Que bom. - suspirei aliviada.
– Por quê? - questionou, risonha.
– Você é minha amiga. Quero que esteja bem sempre.
– Eu também. E é por isso que eu estou aqui.
Levei uns segundos para raciocinar. Ela tinha outra casa com os pais. Já me falou.
– Você não mora aqui.
Não era uma pergunta
– Claro que sim. Essa é a casa da minha família.
– Mas vocês têm um chalé. Você e seus pais.
– Ah, também.
– Por que não está lá?
– Não queria te deixar. Vou ficar por aqui com você.
– Ness, não precis...
– Papai preparou um lanche para você. - me cortou, e eu pude perceber que não venceria na discussão. Sorri sincera. - Pode comer no quarto, se quiser.
A ajudei, pegando a bacia com vários sanduíches que cheiravam super bem.
– Não se preocupe. Ele teve o cuidado de não tocar em muita coisa.
– Sabe que não me importo. - repreendi.
– Ele não quer pressionar. - suspirou. - Sabemos como se sente em relação a nós, mas eles ainda são mais gentis que o necessário.
E riu.
– Obrigada a todos vocês. De verdade.
– Pare de agradecer. E vá descansar um pouco.
Me envergonhei por pensar que não daria para descansar naquela cadeira. Eles não tinham a obrigação de fazer nada por mim.
Quando entrei no quarto, tive uma surpresa. Havia uma cama da altura da que Seth repousava colada na dele. E uma muda de roupa. Percebi que ele também não estava com a mesma roupa.
– Uau, obrigada. Mesmo.
– Estamos aqui para o que precisar. - ela prometeu. Colocou a jarra e o copo ao lado da alta mesa ao lado da cama, pegou a bacia da minha mão e colocou ali também.
– Coma e descanse. E se quiser ir para casa, não hesite em pedir.
Sorri e a abracei.
– Pode contar comigo para sempre.
– Digo o mesmo, Nessie.
E se foi. Me troquei, e fui comer. Passaram-se horas, isso me deixou surpresa quando conferi. Pareciam minutos.
Eu me sentia tão culpada por ter ficado com Jackson essas últimas semanas antes do acidente. E se Seth não acordasse? Seus últimos momentos de vida teriam sido ver sua imprinting com outro?
As lágrimas vieram, e me deixei adormecer ao seu lado.

...

Taylor Swift ft Zayn - I don't wanna live forever

Nossas mãos entrelaçadas. Uma das coisas que eu sentia tanta falta. Em um dos raros dias de sol em Forks, eu estava na cama, como fiquei nas últimas semanas. Perdi a noção do tempo ali. Emma ia quase todo dia me ver, e Sue também fazia uma visita ao seu filho, assim como Leah - parece que seu intercâmbio havia terminado. Eu falava para Camila voltar para casa se fosse lhe causar problemas, mas ela garantiu que conversou com seus pais e ficaria ali. Estava estudando no mesmo horário que as pequenas, e Embry e Quil as levavam e buscavam todos os dias.
Era engraçado. Quil não tinha nada haver com o imprinting de Embry. Mas tinha haver com Claire. E Claire gostava da minha irmã, e Embry aproveitava isso para levar a pequena para ver minha irmã e ficar perto de Camila.
Nahuel fora embora não muito tempo depois, fazendo uma Nessie triste e um Jacob enciumado. Edward adorou.
Entrelacei nossos dedos, deixando os raios de sol baterem em nossas mãos, as clareando. Elas se encaixavam como se fossem feitas uma para a outra.
Me apoiei em um cotovelo para ter uma visão completa de seu rosto. Tão sereno quanto desde que o vira depois do acidente. Seu sorriso apagado pela linha fina de seus lábios. Ahh, seu sorriso. Algo tão contagiante que parecia um crime não tê-lo mais.
Acariciei seu rosto, sentindo a maciez de sua pele jovem. Afundei meu rosto em seu pescoço, que voltara a cheirar amadeirado de sempre. Jake me ajudara a dar um "banho" nele. Fiquei agradecida, pois tinha medo de me atrapalhar e machucá-lo.
E então se fez um silêncio extremo. Me assustei. Nada mais se era ouvido, a não ser minhas batidas cardíacas. As minhas. Com medo, coloquei o ouvido em seu peito.
Não!
– Bella - berrei. - Carlisle! Por favor, alguém!
Mas eles já estavam lá, Emmett e Jasper me tirando dali.
– O coração dele parou! - eu gritava. - Não deixei ele morrer, por favor!
Eu sentia a calma que Jasper tentava me colocar. Não era o bastante.
– Se acalme, Lavine. - Emmett dizia no abraço.
Não adiantava. Eu sentia meu corpo todo tremer, como se estivesse tendo convulções.
– Droga! Eu vou...
E no mesmo instante, senti a mudança e o barulho de pano sendo rasgado. Fiquei agradecida que a sala era grande o suficiente para me abrigar ali.
Comecei a trotar ali, ganindo sem parar.
Não percebi que Jasper estava ali de volta. Colocou uma muda de roupa em cima do sofá, e eu tentei agradecer com um aceno de cabeça.
Depois do que me pareceu uma eternidade, os três médicos estavam ali.
– Ele está estável, Lavine. - Bella falou, afagando minha cabeça. Percebi que prendia a respiração. Eu acheio meio ofensivo, já que eu suportava que seus cheiros queimassem meu nariz.
E então estavam só Nessie e Bella ali comigo, tentando acalmar meus nervos. Depois do que me pareceu uma eternidade, finalmente estava bem para me vestir novamente.
Murmurei um breve agradecimento e me dirigi para o quarto. Foi o melhor alívio ouvir seu coração batendo novamente.
– Seth, você não pode me deixar. Eu sinto tanto sua falta. E não quero sentir sua falta assim. Não consigo. - sussurrei, encarando sua mão. - Não vou suportar. Emma gosta tanto de você. É evidente que prefere você a Jack. Quem não prefere? - ri sem humor. Deitei em seu peito, sentindo-o subir e descer junto a sua respiração. - Imagine só. - peguei sua mão na minha novamente, não cansando de as observar juntas. A minha tremia, sobretudo não havia mais risco de eu me transformar. - Daqui a um tempo, nós dois fazendo faculdade. Emma pode entrar numa escola de futebol, ou começar a fazer balé. E lembra do nosso sonho de construir nossa própria casa? - minha voz se tornou quase inaudível pelo nó na garganta.
Minha respiração estava pesada. Afundei o rosto em seu pescoço.
– É isso que vamos ter quando você sair dessa, porque você vai sair dessa. Sua mãe precisa de ti, Leah precisa, a matilha também. - apertei meus olhos com força. - Eu preciso. Então volta para mim.
Respirei fundo, para restaurar a respiração normal.
Coloquei a mão em seu peito quente coberto pela camiseta.
– Ai, Seth. - suspirei. - Nunca mais me assuste assim.
– Vou tentar.
Meus olhos voaram de encontro ao seu, e não tive reação imediata.
– Lavine. - murmurou, maravilhado.
– Seth! - sussurrei, engasgada. Me joguei nele, me sentindo sem forças. Não quis saber de nada. Comecei a chorar. A soluçar. Ainda mais quando seus braços me esmagaram contra seu corpo.
E finalmente a corda invisível que estava na minha garganta, preparada para quando meus pés seriam tirados do chão, me libertou. Eu só tinha sentido isso quando vi Emma novamente. Quando soube que ela ficaria comigo.
– Seth, eu fiquei com tanto medo.
Quase me afastei, com medo de estar sendo brusca. Porém seus braços se recusavam a me soltar.
– Não acredito que está bem. Que você voltou!
– Sim. Eu tive que voltar. - suas mãos afagaram minhas costas, e isso acalmou os soluços. Curiosa, recuei para lhe lançar um olhar confuso. - Ouvi em algum lugar da minha mente sua voz, formando uma vida nós três.
– Você... me ouviu? - perguntei chocada.
– Cada palavra. - assentiu. - E eu soube que tinha que voltar para você.
Um peso se formou em meu peito. Não um peso ruim. Era o peso da felicidade. De saber que eu consegui trazê-lo de volta. O meu amor por ele o trouxe.
– Quem sabe não seremos quatro?
Ri, selando nossos lábios.
Sua feição se encontrava serena e maravilhada enquanto me observava.
– Por que não sorri para mim? - pedi. E foi tão lindo o sorriso sincero que se esticava de orelha em orelha. - Senti tanta falta disso que você não imagina.
– Eu senti sua falta.
– Agora não será mais preciso de nenhuma das partes. - prometi.
– Você realmente quer tudo isso? - perguntou, de repente. - Quer uma casa para nós, uma vida?
Senti uma lágrima escorrer em minha bochecha, e me amaldiçoei por plantar essa dúvida em sua cabeça.
– Quero mais do que tudo.
Ouvi seu coração vacilar e voltar ao ritmo normal.
– Eu te amo. - ele jurou.
Só consegui encostar meu rosto no seu, incapaz de lhe falar a mesma coisa pelo nó na garganta.
– Acho que vou tomar um banho. - se mexeu, inquieto. - Devo estar um horror. Os Cullen devem me querer longe daqui o mais rápido possível.
– Não diga isso. - o repreendi de leve, dando-lhe um beijo na bochecha. E falei ao pé do seu ouvido. - Você não ficou sem banho.
Sem coragem de ver sua reação, ri baixinho.
– Uou, quer dizer que fui bem tratado pessoalmente?
Não contive a curiosidade. Seus olhos tinham uma malícia que me deixou sem graça. E o meu sorriso preferido.
– Claro que sim.
Pousou a mão, tão leve quanto uma pena em meu rosto, e me beijou. Suspirei com a sensação.
– Epa. - parou de repente.
– O que houve? Está dolorido?
Riu, e eu sabia que não.
– Acho que preciso me lavar.
– E eu acho que perdemos tempo demais para pensar em ficar com bom hálito. - revirei os olhos, e colei minha boca na sua novamente.
Não sei quanto tempo passou. Minutos? Horas? Não queria saber. Só queria... beijá-lo. Tocá-lo. Sentir suas mãos me trazendo para perto de seu corpo. E ele invertendo nossas posições, grudando nossos corpos.
– É sério, amor. - interrompeu o beijo. - Quero tomar um banho decente. Quero ficar bem para você.
– Quero você de qualquer jeito. - rosnei, rolando e ficando por cima dele, atacando seu pescoço de beijos.
– Como posso resistir a isso? - grunhiu, segurando meu quadril com firmeza.
Depois de mais um longo período, perdemos o fôlego de vez. Me sentei em seu colo, admirando seu peitoral, já que abri os botões de sua camiseta.
– Pena que estamos em uma casa onde as paredes têm ouvidos. - ofeguei. - E acho que vou te deixar tomar um banho.
– Agora ela admite que estou fedendo. - sorriu de lado.
– Não, admito que você precisa voltar a sua rotina, que é o que eu mais quero.
Desci do seu colo, e me virei a tempo de vê-lo se arrumar de forma decente. Ri com isso.

Você é meu destino (Quileutes - pós Saga Crepúsculo)Onde histórias criam vida. Descubra agora