Em um quarto escuro

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O guarda que guardava a porta do príncipe curvou-se e permitiu a passagem no local. Este último que entrou silenciosamente no recinto de Jimin, pois não resistia a própria saudade, todavia, ao chegar a cama do outro, percebeu-se encantado pela forma como o amado dormia.

Jimin vestia uma camisa branca de algodão, estava coberto até a cintura, mão juntas, postas abaixo da cabeça, e boca entreaberta.

Sentou-se ao lado do que já descansava e por conta da agitação Park também se mexeu, fazendo com que a camisa larga descesse sobre seu ombro, revelando sua clavícula e quase outra parte de seu corpo, um pouco mais abaixo.

O escuro da noite era interrompido apenas pela lua e uma pequena luz acesa num dos cantos do grande quarto. A varanda aberta jogava em ambos uma brisa fresca e Jeon se perguntou por um momento se estava no paraíso.

"Pai?" O acinzentado jogou com palavras e movimentou-se, acabando por colocar uma de suas mãos sobre a coxa do que estava alerta.

Jimin havia, sim, perdido seu pai, e Jeon sabia que aquilo deveria tê-lo abalado bastante, não obstante, por mais preocupado que estivesse, a mão em sua coxa o fez fechar as orbes castanhas em nervosismo. Tomou a mão do dorminhoco.

Com as pontas dos dedos formigando, tocou na bochecha do garoto e desceu para o maxilar doce e marcado.

Parecia um sonho.

Um anjo deitado adjacentemente a si. Sagrado.

Tocá-lo enquanto repousava era semelhante a cometer um sacrilégio.

Sem contentar-se com seu ato precedente, beijou-o na face, entretanto, este abriu os olhos e o pecador paralisou.

Ele não queria afastar-se, então fechou os próprios meios de visão e continuou como se Jimin não houvesse despertado. Seus lábios formigavam por conta da leveza da derme alheia e enfim desgrudou-se do, ainda, chocado Park.

"Kookie?"

"Você se encontra cada vez mais informal..." pensou alto o moreno, que viu, após sua fala, olhos arregalados para si em arrependimento por tê-lo tratado intimamente.

"Desculpe-me." Sentou-se o barista.

"Eu estava brincando, Chim." o rapaz corou e, apesar da escuridão, Jungkook deduziu o comportamento.

"Por que ficou tímido?"

"Você não utiliza meu outro apelido frequentemente..."

"Você prefere, Chim?" Perguntou e o acinzentado assentiu. "Mais do que seu nome?"

Esse não é meu nome, Jungkook.

Eu gostaria de chamá-lo pelo teu verdadeiro nome, Jimin.

"Gosto que me chame assim... Mas, diga-me, o que fêz-lo vir me ver?"

Jeon puxou o dorso de Jimin para si pela cintura e pescoço, tornando a respiração calma de Park tão descompassada quanto a zona mental onde ambos se encontravam, em diferentes aspectos, respectivos interiores psíquicos.

O amplexo se fez e Jimin sorriu, retribuindo o outro no abraço tão carinhoso.

"Senti saudades e..." corações a mil. "Seu cheiro é inebriante, se permitir-me dizer." contou com o nariz próximo a nuca do outro.

"O-obrigado." tentou respondê-lo e apenas palavras tão inseguras e instáveis quanto suas emoções saíram.

Ocasionalmente soltaram-se e Jeon se levantou e virou-se de costas na intenção de ir embora. Sua mão foi tocada por outra e ouviu o acinzentado perguntá-lo apressadamente:

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