A criança apertou o pingente do colarzinho entre suas mãos e suspirou em animação, olhando para fora da carruagem. Quando nervoso, pressionava sua palma para sentir o metal, sentir sua mãe acalmá-lo, ser apaziguado pelo seu anjo da guarda pessoal, pelo menos era isso o que tinha o ensinado seu progenitor. Este que equilibrava um grande barril de bebida de ginseng entre os braços.
"Papai, estamos chegando ao palácio!" Animado, estendeu a mãozinha para o seu herói, que a afagou e segurou firme e carinhosamente. Um toque que seria lembrado para sempre.
"Sim, estamos próximos, meu filho, contudo, lembre-se de não sair do meu campo de visão, bem como se vigiar para notar quando estiver ultrapassando algum limite. Conseguirá?
"Sim, papai." sorriu grande e não conseguiu enxergar o olhar amoroso do mais velho, pois suas bochechas o impossibilitavam. "Darei o meu melhor!"
O palácio era enorme para qualquer um, não obstante, para Park Jimin, com seu pequeno corpo e curtos passos, ele se tornava uma imensidão quase imensurável quando tão de perto.
Seu pai, recebido de forma benigna, começou os preparativos para a virada do ano o quanto antes e vez ou outra mirava o filho para conferir a postura deste, que por horas continuou a mesma de tão fascinado. De modo que não necessitou sair do local por horas.
Todavia, com a aproximação do momento inicial do evento, seu pai ficava cada vez mais centrado no trabalho, sem ao menos aparecer por ali e sua inquietação costumeira do arteiro que era apenas aumentava.
Então saiu do local da cozinha e partiu em direção aos corredores. Chegando até uma sacada diante do jardim após muitos passos acanhados pelo novo ambiente.
Observou alguns nobres e servos transitando pelo lugar, as rosas bem cuidadas, a brisa gelada e então visualizou o pingente, tocando-o com muito apresso.
"Mamãe, vê? Eu estou muito feliz aqui, este lugar é lindo e papai está aqui comigo." sentou no chão, ainda podendo ver o lugar pelas brechas grossas entre as colunas que compunham a varanda. "Chaeyoung está em casa descansando com a vizinha, porém, papai disse que iria se esforçar para se tornar um barista ainda melhor! E então, quando ela estiver maior, a trará aqui. Não fiquei triste por conta disso, ela virá futuramente."
Suspirou. Park Jimin suspirava sempre que pensava muito.
Será que um dia eu vou poder ter um príncipe encantado que tenha um castelo como esse e me ame mais do que o papai?
"É impossível que alguém me ame mais que meu papai, não é, mamãe? Papai disse que o amor de vocês dois por mim é maior que esse castelo. E esse castelo é grandão." levantou-se e limpou suas vestes "É melhor eu voltar antes que alguém me veja p..."
"Já viram." ouviu uma voz desconhecida e virou-se tomando um susto: era o garoto mais lindo que já vira.
Cabelos negros e arrumados, vestia preto da cabeça aos pés e o olhava sério com as costas contra a parede e braços cruzados.
"Quem é o senhor?" Park Jimin perguntou respeitosamente de olhos arregalados, ainda segurando o colar.
"Eu que o pergunto. Quem é você e o que está fazendo no meu palácio? Você não é filho de um dos nobres, é?"
"Não, senhor. Sou Park Jimin, meu pai está no encargo de preparar as bebidas da festa que marcará a virada do ano." é em seguida percebeu que o garoto tinha lhe dito que o castelo era sua posse. "O senhor é um príncipe encantado?"
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Exchange
Historical Fiction{CONCLUÍDA} "Possui certeza em relação a isso, Jimin?" "Eu possuo, vossa alteza."