9-O passado da Merida

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Pov's Anna

- Rápido! Coloquem ele aqui! - pediu Elinor indicando o sofá.

Dag e Jack colocaram Kristoff em cima do móvel. Meu namorado gemeu de dor.

Merida nos trouxe até a casa de Elinor, dizendo que ela podia impedir que o veneno de lobisomem matasse Kristoff.

Me sentei ao lado de Kristoff e agarrei sua mão.

- Vai ficar tudo bem - afirmei com a voz trêmula - Eu tô aqui. Você vai melhorar.

Pov's Elsa

Jack se aproximou de mim.

- Não sei quem detesto mais agora - confessei - Os vampiros ou os lobisomens.

Ele suspirou.

- Você quase me matou do coração - declarou.

- Como? - me confundi.

- Eu fiquei muito preocupado com você sabia? - alertou angustiado - Não só porque eu tinha que lhe proteger, mas também porque me importo com você.

Arregalei os olhos surpresa, sentindo meu rosto corar violentamente.

Pov's Merida

- Fiquei surpresa quando você me ligou - comentou Elinor se aproximando.

Bufei.

- O motivo de eu ter ligado já está aqui e sabe disso - alertei - Além disso, o que aconteceu com o namorado da Anna foi culpa sua!

- Minha culpa!? - se indignou.

- Sim! - confirmei irritada - Se não tivesse insistido para Andrea deixar Moana sair do Instituto, Elsa não teria sido capturada e Kristoff não estaria desse jeito!

- Eu não tenho culpa se essa garota é filha do Breu! - rebateu.

- CHEGA! - gritou Astrid furiosa - Nós não temos tempo para essa briga infantil de vocês! Kristoff é a prioridade agora! Vocês são adultas, pelo amor do Anjo!

Respirei fundo.

- Tá... - cedi a contra gosto.

Pov's Jack

Parei do lado de Soluço.

- Que mulherão essa sua namorada hein? - comentei.

- Não é? - concordou orgulhoso.

Pov's Elsa

- Gente...não tem nenhuma lei que proíba os submundanos de fazer tudo isso? - questionei.

- Sim, mas antes de fazermos algo em relação aos submundanos ou a qualquer outra coisa, temos que avisar a Clave primeiro - explicou Seeylfe rolando os olhos.

- A Clave vai cortar nosso pescoço fora - afirmou Punzi chorosa, passando as mãos pelos cabelos.

- Já escondemos muita coisa da Clave - alertou Jack sério - Podemos esconder mais essa.

- Não podemos fazer isso - afirmou Soluço sério - Se mentirmos, a Clave vai descobrir e será mil vezes pior. Vamos ter que relatar para a Clave sobre tudo o que houve. Vão nos punir, mas não com pena de morte.

- Seremos mortos se mentirmos - Dag apoiou.

- Precisamos falar a verdade - acrescentei atraindo a atenção de todos - A Clave com certeza já sabe que Breu está atrás de mim. Não podemos enfrentar o Ciclo sozinhos.

- Você não conhece a Clave, Elsa - alarmou Jack - Ela não é nem um pouco misericordiosa.

- Tem uma ideia melhor? - perguntei arqueando uma sobrancelha.

Ele abriu a boca pra falar, mas fechou em seguida e bufou.

- Não - resmungou.

- Então está decidido - dei de ombros me virando.

Me aproximei do sofá, vendo Elinor murmurando feitiços e mexendo as mãos cheias de brilho azul, enquanto Kristoff estava deitado, inconsciente no sofá. Anna estava sentada ao lado do chão, segurando a mão do namorado.

Pus a mão no ombro da minha irmã e ela me encarou, com os olhos vermelhos e inchados por causa do choro.

- Ele vai ficar bem - dei um sorriso.

Ela sorriu fraco e assentiu com a cabeça.

Me afastei e caminhei até a varanda da casa, onde Merida estava.

- Posso ficar aqui com você? - indaguei curiosa.

- Tá - deu de ombros.

Ficamos um bom tempo em silêncio.

- Eu entendo um pouco da sua dor, Snow - declarou me fazendo encará-la - Eu perdi meu pai também.

Torci os lábios receosa.

- Merida...sua mãe é bruxa, então...você não devia ser bruxa também? - questionei.

- Sou metade bruxa - respondeu me encarando - A outra metade é shadowhunter, a qual herdei do meu pai. É uma história bem complicada.

-REPLAY MERIDA ON-

(A Clave sempre esteve no topo da hierarquia do submundo e suas regras são bastante rígidas. Uma dessas regras, era a proibição de namoro entre um shadowhunter e um submundano. Era uma forma que eles acharam de preservar o "sangue angelical". Mas meus pais...não seguiram essa regra).

Subi na cadeira e fiquei de pé atrás da mesa, sorrindo empolgada.

Mamãe surgiu da cozinha, carregando um bolo enorme, com uma vela número 5 em cima.

- "Parabéns pra você - meus pais cantaram - Nesta data querida. Muitas felicidades. Muitos anos de vida!".

(Meus pais se apaixonaram, casaram escondidos da Clave e tiveram a mim. Eu era um segredo perigoso, o fruto do seu romance proibido. E por ser tudo isso, ninguém podia saber da minha existência).

(...)

Larguei meu cavalinho de brinquedo e corri até a janela, vendo um grupo de crianças brincando na rua.

- Mamãe! Posso ir brincar lá fora? - perguntei esperançosa.

Ela surgiu e veio até mim, me pegando no colo.

- Eu já te disse sobre não poder ir lá pra fora - lembrou repreensiva.

(...)

(Meus pais tentavam me dar uma boa vida o máximo possível. Mamãe me ensinou a controlar minha magia dentro de mim e meu pai me ensinou a atirar arco e flecha. Eu adorava brincar com as armas dele).

Agarrei o enorme arco com meus braços e pendi pra trás, caindo sentada no chão.

Ri junto com papai.

(...)

(Mas eu era uma mestiça, uma abominação para todos. Minha vida mudou completamente quando a Clave descobriu minha existência).

Soltei um grito quando a porta foi quebrada com tudo e muitas pessoas entraram de uma vez em casa.

- MAMÃE! - chamei assustada vendo pegarem ela e meu pai.

-REPLAY MERIDA OFF-

Ela soltou um suspiro.

- Minha mãe foi poupada porque as bruxas ameaçaram guerra contra os shadowhunters - continuou - Meu pai era quem devia fidelidade à Clave e por causa de sua traição, foi executado. Iriam me matar também, mas Andrea interviu, por eu ter apenas 5 anos. Mas a Clave disse que eu tinha que escolher um lado do meu sangue e não usar o outro nunca mais. Eu escolhi ser shadowhunter e se eu usar a minha magia pra qualquer coisa, serei morta.

Engoli o seco.

- Porque escolheu ser shadowhunter? - perguntei.

- As bruxas não me quiseram no clã e mamãe não fez nada a respeito, mesmo sendo a líder - explicou - Então escolhi o lado shadowhunter e Andrea ganhou minha guarda. Com o passar dos anos, eu e minha mãe ficamos afastadas e raramente nós nos falamos.

- Sinto muito - lamentei.

- Pelo menos você foi criada pelos seus pais - comentou - Enquanto eu perdi os dois. De jeito diferentes, mas perdi.

(...)

Elinor garantiu que Kristoff já estava bem melhor, mas que havia virado oficialmente, um lobisomem.

Era melhor do que estar morto, na minha opinião...

Jack disse que iria esperar Kristoff acordar para voltarmos pro Instituto.

- Moana - chamei me aproximando dela - Eu gostaria de te pedir um favor.

- Claro - confirmou imediatamente.

- Os Irmãos do Silêncio desbloquearam apenas uma parte das minhas memórias - relatei - Mas ainda falta outra parte e acredito que nessa parte, eu tenha visto o Cálice Mortal. O que quero pedir de você, é que recupere o restante das minhas memórias.

Ela arregalou os olhos surpresa.

- Nós ficamos próximas recentemente - continuei - E se você me ajudar, talvez possamos descobrir onde está o Cálice Mortal.

Ela sorriu.

- Pode contar comigo - garantiu determinada.

Pov's Anna

Alguém bateu na porta e Elinor foi abrir. Um cara forte ruivo e uma garota de cabelos negros e olhos verdes entraram sem permissão.

- Ah, lobisomens - disse Elinor rolando os olhos.

- Dagur, Heather - cumprimentou Seeylfe surpresa - Como souberam que estávamos aqui?

- Soubemos de tudo. Nosso pai se encarregará pessoalmente da punição de Heitor - alertou Dagur - Chegamos aqui pelo cheiro do Kristoff.

- Pelo cheiro...do Kristoff? - fiz uma careta.

- Sim - confirmou Heather com um sorriso - Afinal, ele é um dos nossos agora.

Desviei meu olhar para o rosto adormecido do meu namorado.

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