47. Está tudo bem

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Kihyun e Minhyuk passaram o intervalo na sala, o menor não queria sair dalí, estava sem paciência pra aturar os comentários alheios. Estranhou Shownu não ter assistido as aulas, mas tentou não se importar muito, mesmo que se preocupasse com o fato de que Jisuk e Hisoji também não haviam voltado.

Quando o sinal para a saída tocou, os dois se levantaram e saíram, Kihyun procurou o moreno ou os outros dois garotos com o olhar por todo o caminho que percorreu, mas não encontrou nenhum deles. Se despediu de Minhyuk, esse que queria almoçar logo para chegar o mais cedo possível ao novo emprego, e se aproximou de seu armário, o abriu e viu um papel cair, guardou seu material, fechou a porta e pegou a carta que havia caído, a abriu devagar, revelando um texto.

"Eu amo você, Kihyun.
Eu sei que nós não nos conhecemos a tanto tempo assim, sei que sou um idiota e sei que errei. Mas eu também sei que você é a pessoa mais incrível que eu já conheci, sei que você é inteligente, divertido, sincero e sei que nunca vou encontrar uma pessoa como você, porque não existe.

Você disse que queria que eu desaparecesse, que queria nunca ter me conhecido, mas além de um idiota, eu também sou teimoso, talvez não tanto quanto você, mas eu sou e quero insistir em você mais uma vez.

Você merece algo melhor do que eu, Kihyun, você pode ter algo muito melhor. Mas você também me fez querer ser melhor, você vem me moldando desde o nosso primeiro encontro e eu quero que você continue enchendo o meu saco, brigando comigo e me dando foras sem ao menos perceber, porque até disso eu sinto falta, porque eu amo você e quero ser bom o suficiente pra te ter.

Eu sei que não mereço, mas quero te pedir uma segunda chance.

Vou estar de esperando na porta do shopping onde aconteceu nosso primeiro encontro, às oito da noite.

Se você for, vou estar disposto a te ouvir, só te ouvir, escutar todas as duas condições. Se não for, vou entender que o que disse na sala de espera foi realmente sincero e sumir, como você disse que queria.

Com amor, o cara mais idiota do mundo."

Kihyun dobrou o papel novamente, respirou fundo, o guardou em seu bolso e caminhou para fora da escola, em seguida, na direção de sua casa. Ao chegar em sua residência, o menor tirou sua mochila das costas, se jogou no sofá e pegou a carta, a leu mais algumas vezes e suspirou. Ele precisava falar sobre aquilo com alguém, mas não queria atrapalhar Minhyuk, então apenas decidiu seguir seu dia normalmente, enquanto pensava no que havia lido.

Ele não sabia ao certo o que queria, ainda sentia raiva de Shownu, sentia raiva dos amigos dele e de tudo o que o fizeram passar, mas também sentia saudade, saudades de Shownu, do jeito dele e de como se sentia quando estavam juntos. Kihyun era capaz de ver arrependimento no outro, conseguia enxergar que ele realmente podia o amar como dizia, mas ao mesmo tempo, o menor não queria se relacionar com alguém que teria a coragem de fazer o que o moreno fez.

Ele se sentia em uma gangorra, equilibrada, não conseguia fazer descer um dos lados, não sabia que atitude tomar e aquilo estava o enlouquecendo.

Kihyun gostava de Shownu, mesmo depois de tudo, no meio da raiva que sentia, ele sabia que gostava, não queria, sabia que não deveria, mas gostava, e gostava muito. Brigava contra esse sentimento, mesmo que involuntariamente, sua cabeça não o permitia pensar em um lado bom, pensar no que o moreno tentava fazer de bom para sí, toda vez que fazia isso, se lembrava de como foi usado e se do que ele fez, aquilo fazia qualquer sentimento de compreensão desaparecer.

Kihyun cozinhou, limpou a casa e estudou, na verdade, tentou estudar, já que a pergunta "Vou ou não vou?" perturbou a sua mente o dia inteiro.

Às sete horas, ele voltou para a sala de estar e se sentou no canto do sofá, abraçou suas pernas e ficou encarando o relógio por dez, vinte, trinta, quarenta minutos. Faltando apenas vinte minutos para o encontro, ele ainda estava de moletom, encarando aquele relógio. Quando faltavam apenas cinco, ele começou a chorar. Estava arrependimento por não ir e mesmo que ainda desse tempo, ele não iria, não sabia se queria, não sabia se deveria e tinha medo do que poderia acontecer.

"Membro do time fiel de verdade é quem transa com um moleque nerd só pra ajudar o time"

"Eu sabia que você não ia deixar esse vídeo vazar."

"Você achou mesmo que um cara como o Shownu ia querer algo com alguém como você?"

"Eu não tenho culpa de você ter sido um idiota e ter acreditado no Shownu, todo mundo mente pra você porque você é idiota Kihyun."

"Ah, me desculpe. Eu esqueci que os caras só se interessam por você com uma intenção"

"Por que todo mundo te usa, Kihyun?"

"Quando você estiver brilhando nos campos e jogando no melhor time do mundo, ganhando prêmios e dinheiro, vai se lembrar de tudo isso e rir enquanto bebemos do champagne mais caro, com duas garotas ao lado de cada um."

Todas essas coisas que o menor havia lido ou escutado começaram a repetir em sua mente, uma por uma, o "tic tac" do relógio parecia ficar mais alto e seu choro se intensificava ainda mais, tudo isso fazia sua cabeça doer e por impulso, o menor pegou um copo que havia sobre a mesa jogou no relógio, protegeu seu rosto ao ver o vidro se estilhaçar e espalhar pela sala inteira e respirou fundo, várias vezes, na intenção de se acalmar.

— Está tudo bem. — falou para sí mesmo e repetiu mais algumas vezes.

Kihyun se levantou devagar após alguns minutos e tomou cuidado para não pisar em algum caco de vidro, estava começando a caminhar na direção da cozinha, quando escutou a campainha tocar, e parou. Não dava tempo de Shownu ter visto que tomou um bolo e ir para sua casa, então descartou essa opção, o que bastou para o encorajar a caminhar até a porta e a abrir, ficando surpreso ao ver quem estava alí.

— Changkyun... — o menor falou confuso e desacreditado para o mais novo, que o olhava com um sorriso largo estampado no rosto.

The Plan [Showki; Joohyuk]Onde histórias criam vida. Descubra agora