Capítulo 2

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              Uma garota, cabelos ruivos na altura dos ombros, olhos castanhos escuros, lábios levemente rosados provenientes do frio, vestindo um traje preto com detalhes prateados e coberta por um casaco de pele. Desarmada, mas não totalmente indefesa, não é qualquer um que se arrisca na floresta e ainda fala com estranhos mesmo vendo que eles estão armados e prontos para mata-lo.  

            — Acho que não deveria falar com quem está prestes a acertar uma flecha no meio do seu coração — digo.

                 — Você não tem motivos para fazer isso — percebo um tom de sarcasmo na sua voz.

                 — Tem razão ruivinha.

Ela está certa, não tem motivos para que eu atire uma flecha em cheio no seu coração e acabe com nossa breve conversa. Ela não fez nada, ainda.

        — Então, posso saber por que a senhorita está perambulando tão cedo por uma floresta desconhecida?

            — Conheço essa floresta como a palma da minha mão, sempre vinha aqui na época do outono com as minhas amigas, não há nada desconhecido aqui, a não ser por você. E quanto o que estou fazendo, bem, estou procurando uma pessoa que pode salvar não só minha vida, como a de muita gente.

              Sinto uma vontade imensa de saber o que está acontecendo, do que ela está falando, de fazer milhares de perguntas. “Uma pessoa que pode salvar não só minha vida, como a de muita gente”. Quem será essa pessoal? O que ela tem de tão especial? O que ela pode fazer para salvar uma nação?

            — Não há ninguém por aqui com essa capacidade de salvador, você deve estar no lugar errado.

            — Não, não estou. Meu comandante disse que ele está aqui. É aqui que um insolúvel do Comando P se encontra.

              Dou um passo atrás, sinto minha garganta fechar e minha respiração diminuir. Será que sou eu? A vida de todas as pessoas agora depende de mim? Com certeza está acontecendo alguma coisa lá fora, talvez todo o país esteja passando por um transtorno, e como de se esperar, a presidenta Willow deve ser a culpada.

            — Ah, espero que o encontre. Está fazendo muito frio e daqui a pouco irá anoitecer, não gostaria de me acompanhar até minha cabana? Prometo não transformar você em churrasco.

            — Essa oferta é tentadora — ela se abraça como um sinal de que o frio está incomodando-a — Pode ser.

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