Capítulo 5

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             — Certo, conseguiu me convencer. E para onde vamos?

             Ela pega o tubo que encontrei no dia em que nos conhecemos e digita uma espécie de senha, o objeto se abre ao meio e revela um mapa holográfico que mostra todo o país Clywer.

           — Aqui. — ela aponta para uma área onde era, ou ainda é o Comando P.

           — Há quanto tempo vocês estão lá?

           — Mais ou menos oito meses, conseguimos reerguer o local e torna-lo uma base militar, habitamos algumas residências que restaram caso precisarmos de reforços, conseguimos uma boa quantidade de alimentos, suprimentos e armas e estamos tentando ser aliar com os outros três comandos para nos tornamos mais fortes.

           — O governo sabe disso?

      — Queremos fazer uma surpresinha para eles, mas de vez em quando surgem rumores nos Comandos de que uma revolução está próxima.

             Assim que terminamos o nosso café da manhã, pego algumas coisas e coloco dentro da mochila, saímos assim que o Sol nasce. O calor dos raios de sol que surgem entre as nuvens que há pouco tempo traziam toneladas de neve me conforta de tal forma que tiro meu casaco e fico apenas que uma camiseta velha e gasta. Celi disse que precisamos andar apenas 30 km em direção a uma campina, alguns de sua equipe estarão nos esperando em uma das modernas aeronaves que antes pertenciam a Base. Dali vamos em direção ao Comando P.

          — Tem certeza que estarão lá assim que chegarmos? — pergunto.

          — Bem, eles não são do tipo pontual, mas vão chegar a tempo. Pode ficar tranquilo.

             Meio quilometro faltando para chegar ao nosso primeiro destino avisto o horizonte límpido e magnífico sem sinal nenhum da equipe. De repente escuto um som estranho, que há muito tempo não ouvia. A última vez que escutei foi quando estava fugindo do ataque ao antigo Comando P, e lá está a imensa aeronave. Seguimos em direção à campina e somos recebidos por alguns soldados vestindo trajes pretos como o de Celi e equipados com armas, dentre eles reconheço Kelly, a menina da cicatriz, e Heitor, o garoto do sorriso vingativo correndo em direção a Celi e a abraçando.

         — Ai está você, pensava que havia morrido soldado C — fala Heitor agora com um sorriso fraterno.

         — Temos que voltar logo, temos uma boa noticia, mas diremos apenas quando chegarmos. — Kelly se solta do abraço e nos guia até a aeronave.

             Ao longo da viajem observo os grandes pinheiros e penso no Comando P, minha casa, minha antiga casa. Como eu fui capaz de abandonar todos sem ao menos ter lutado? Eu sou um covarde.

         — Eu sou um covarde — sussurro olhando para o horizonte.

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