Capítulo 4

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             — Quem é esse aqui? — aponto para o homem segurando uma garotinha que aparenta ter dez anos, ela percebe que estou querendo saber muito o nome dele e também que estou escondendo algo.

             — Norman, este é meu comandante que me mandou para essa missão. Você o conhece?

             Sim, eu o conheço, mas não posso dizer que o vi uma única vez em um sonho. Isso é estranho até para mim mesmo. Mas não posso negar já que mostrei interesse em saber o seu nome, de forma que acabo perguntando o nome dos outros. Uma garota loira com uma cicatriz na testa que se chama Kelly, um garoto com sardas e olhos verdes chamado Gilbert, outro segurando uma arma de grande porte com um sorriso vingativo se chama Heitor, uma bela garota de cabelos longos e castanhos com um belo sorriso cujo a nomeiam de Serena e a garotinha nos braços de Norman que se chama Victoria e pelo o incrível que pareça mesmo tendo apenas onze anos é a mais corajosa de todos.

             De vez em quando bebericamos um pouco do chá, ficamos em silêncio até que eu pego o objeto de Celi que encontrei na neve e digo:

             — Acho que isto pertence a você — sorrio e entrego-lhe.

             — Oh, muito obrigada! — ela retribui o sorriso e se aproxima da lareira.

             — Vocês tem algum plano? Digo, caso encontrem essa pessoa, o que vão fazer com ela? Ou o que ela vai fazer por vocês? 

             — No momento o nosso plano consiste apenas em encontrar o insolúvel. Temos muitas dores de cabeça além dessa, mas apenas encontrar ele irá nos tornar mais fortes e poderosos.

             — Com toda razão, creio eu. — minto.

             Mas eu não acredito, não há mínima chance de uma pessoa que mal se recuperou do desastre que aconteceu ajudar a seguir o caminho certo para uma revolução.

             Dois dias se passaram e Celi aceitou meu segundo convite para que ficasse, já que a tempestade de neve havia aumentado drasticamente. Cedi minha cama para que ela dormisse, enquanto eu ficaria em um colchão velho, mas confortável. Todas as tardes ela ficava na cabana e eu ia caçar e colher algo para o jantar, ela é uma ótima cozinheira, isso ninguém pode negar.

             — Já te incomodei demais, tenho que voltar. — ela coloca uma tigela na mesa contendo um ótimo ensopado de ganso.

             — Bem, quem sou eu para discordar. — começo a me servir.

             — Irei partir ao amanhecer. — ela faz uma pausa e então me surpreende — Você não gostaria de vir comigo?

             Penso nas mil possibilidades de eu ser quem ela está procurando, talvez eu seja o único que ainda esteja aqui, que não tentou se aventurar a procura de um lugar melhor. Não quero que ela continue perdendo tempo, quero ajudar de alguma forma todas essas pessoas que estão sofrendo, pois eu já passei por isso.

             — De que eu serviria para vocês? Não sei fazer absolutamente nada. — murmuro

             — O que? Todos os dias eu observei você caçar usando arco e flecha, você é ótimo com essa coisa. Precisamos de muitos soldados como você.

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