XIV

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— Este capítulo pode conter gatilhos para crise de ansiedade/ pânico, se você não se sentir confortável com isso, por favor não leia. Irei marcar o final e o início com *. Tenha uma ótima leitura, não esqueça de votar —

Despedidas não eram o forte de Harry. Ele achava que ir embora era algo doloroso e mesmo que tenha passado apenas alguns dias na companhia da família Tomlinson ele se sentia triste. Louis estava ao seu lado na plataforma 9 3/4 enquanto Jay tentava conter as lágrimas.

— Escrevam todos os dias. — Ela recomendou segurando o filho pelos ombros de forma amorosa. — Você também Harry.

Ela abraçou os dois e deu um beijo na testa de cada um, Mark também os abraçou e Charlotte chorou ao se despedir do irmão mais velho. Jay abraçou Harry mais uma vez e afagou os cabelos do rapaz de forma lenta e carinhosa.

— Você sempre será bem vindo na minha casa, volte sempre que quiser. — Ela alisa o rosto de Harry. — Entendeu? — Harry assente e sente os olhos arderem.

— Obrigado, tia Jay. — Harry afagou a barriga quase inexistente da mulher de forma amorosa. — Tchau bebês, nos conheceremos em breve. — Disse usando um tom de voz bobo, de quando falamos com crianças pequenas ou animais fofos.

— Ele é um Styles, já deve ter um milhão de planos para os próximos feriados. — Louis riu o que deixou os pais um tanto quanto perdidos. Eles não haviam entendido o motivo de Louis usar o sobrenome de Harry como desculpa.

Harry franziu o cenho para Louis, mas não o respondeu. O garoto estava envolvido com sua família e ele não queria atrapalhar aquele momento. As palavras dele martelavam em seus ouvidos. "Um Styles" o que isso significava pra Louis? Ele pensava. A mente de Harry estava a mil e ele mal notou quando embarcaram no expresso Hogwarts. So conseguia pensar o quanto a frase de Louis havia pesado em seu coração. Ele sabia que era um Styles, passou a vida inteira ouvindo aquilo, mas o que significava, afinal? Sangue puro? Status? Fortuna? Harry não queria aquilo que o sobrenome trazia. Ele queria ser apenas Harry, o garoto que estava apaixonado por Louis Tomlinson. Queria poder dizer isso para todos sem se preocupar em manchar o nome de sua família, ou sua linhagem, ele queria ser livre do peso da culpa que carregava.

— Meu sobrenome não significa nada. — Disse olhando sério para Louis. — Não quando eu sei o que meu coração quer.

Louis o encarou com os olhos arregalados e fixos nas orbes verdes de Harry. Ele havia dito aquilo como uma forma de brincar com a mãe, não esperou que seu garoto se ofendesse. Ele abriu a boca diversas vezes a fim de respondê-lo, mas não saia nada. Não sabia o que dizer, Harry estava dizendo que o havia escolhido? Ele lutaria por Louis? Iria contra os princípios de sua própria família por ele? Essas perguntas atormentavam a cabeça de Louis, muito mais vezes do que ele gostaria de admitir, era um dos motivos que ainda o freavam a respeito de pedir o belo garoto de olhos verdes em namoro.

Eleanor o alertara sobre os Styles, eles eram preconceituosos e considerariam Louis um sangue ruim. O garoto tinha total noção disso e não queria colocar Harry em uma situação de escolha. Ele não podia. Era errado, mesmo que fossem pessoas más eles eram os pais de Harry, a família dele.

— Cachinhos... — Ele tentou a voz saindo fraca. — Eu não queria ofender você. — Pela primeira vez desde que se aproximaram, Lou, não sabia o que fazer. Ele não sabia como Harry reagiria a sua aproximação então apenas continuou o encarando.

O trem já havia partido, e por enquanto, apenas os dois estavam na cabine. Mesmo que o tempo corresse de forma igual, e as coisas continuarem acontecendo era como se dentro daquela cabine o tempo tivesse congelado. Os garotos tinham suas próprias inseguranças, eles pensavam em suas famílias e o que um relacionamento entre os dois significaria. Harry encarou Louis e chegou mais perto procurando por contato, ele sentia necessidade em tocar a pele de Louis enquanto as palavras que guardava em seu coração deixavam seus lábios, e assim, ele fez. Segurou o rosto de Louis com ambas as mãos, com cuidado e carinho, como sempre fizera. Ele balançou a cabeça em negação fazendo os cachos se bagunçarem e Louis acompanhar o movimento hipnotizado.

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