| Impuro |

XX

O capitulo de hoje não tem música nem imagem, deixei livre para a imaginação de vocês.

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Louis ouvia tudo atentamente. Um misto de emoções o invadia enquanto Harry despejava todas as suas inseguranças sobre ele. O desespero por se sentir incapaz de ajudar, o orgulho por Harry ter sido forte por tanto tempo em lidar com isso sozinho, a sensação de impotência por não saber o que fazer ou como agir.

Ele fazia carinho no emaranhado de cachos de Harry deixando beijos suaves em seu rosto enquanto seus dedos passavam de forma leve pelo fios. Harry havia parado de falar e o silêncio se instalou sobre eles, mas não era desconfortável. O corvino aproveitava para abraçar a cintura de Louis com mais força e sentir o cheiro gostoso que vinha de seu suéter.  Ele não esperava uma resposta de Louis, ou que o garoto descobrisse uma solução para seus problemas. Ele se sentia mais leve apenas por poder desabafar. Ambos aproveitavam a sensação de finalmente estarem nos braços um do outro.

Louis suspirou e afundou o nariz nos cachos dele sentindo o cheiro de morango o preencher. Harry estremecia a cada toque de Louis, aproveitando as sensações, os toques, os beijos suaves que eram deixados espalhados por sua pele.

— Hazz... — Ele chamou ganhando a atenção do cacheado que se ajeitou para olhá-lo nos olhos. Louis deslizou as pontas dos dedos pelas maçãs de seu rosto. — Meu Hazzie. — Os dois sorriram involuntariamente. — Sinto muito que você tenha passado por isso sozinho. — Louis franziu o cenho e sentiu a voz ficar presa na garganta, ele escolhia as palavras com cuidado.

O sonserino entendia. Ele conseguia entender Harry e todas as suas inseguranças e medos, afinal, ele era o filho de Desmond. O grande herdeiro de tudo, e além disso, também havia a parte de Louis ser nascido trouxa, e mesmo sem conseguir entender a diferença entre ele e Harry, entendia que a família do rapaz nunca iria aceitá-lo como um igual.

O que ele não entendia era como as pessoas conseguiam ser cruéis.

Cruéis a ponto de ferir o próprio filho. Os pais não deviam amar aos filhos de forma incondicional? Não deviam protegê-los?

— Eu sei que você se afastou por causa da sua família, mas eu não quero que faça isso outra vez. — Harry ia protestar, mas Louis o impediu. — Me deixe terminar. Eu já fiquei tempo demais longe de você. — Ele franziu o cenho, os dedos ainda deslizavam pelos cachos dele de forma preguiçosa. A voz saindo doce, cuidadosa. Como se Harry fosse se quebrar ali mesmo. Louis suspirou incapaz de colocar seus sentimentos em palavras de um jeito coerente. — Nós podemos nos encontrar aqui, huh? Assim nem Brianna nem Alec saberiam sobre nós, e se você quiser nós não precisamos contar a ninguém.

Harry sorriu minimamente, os dedos gordinhos e pequenos deixavam um carinho tímido na cintura de Louis enquanto ele se apertava ao sonserino como um coala.

— Tipo um romance escondido? — Ele perguntou depois de um tempo em silêncio.

— Podemos ser o que você quiser.

Eles se encararam. As palavras não ditas e os sentimentos ainda secretos estavam ali, no olhar deles. E os dois sabiam, sabiam que mesmo ainda sendo jovens eles haviam se escolhido. Teriam muitas batalhas pela frente, mas estavam juntos.

Louis deslizou a mão até a nuca de Harry o trazendo para mais perto de si. Ele juntou os narizes dos dois em um beijo de esquimó, os olhos ainda bem abertos memorizando todos os detalhes daquele rosto que ele tanto amava. Ele fechou os olhos e encostou seus lábios nos de Harry com delicadeza, quase como em adoração. Harry suspirou e segurou o rosto de Louis com carinho enquanto pressionava seus lábios nos dele com um pouco mais de força. Tudo que tivessem um do outro ainda era pouco. Nada parecia o suficiente. Louis deslizou sua língua pelos lábios macios e cheios de Harry e aproveitou o suspiro do garoto para aprofundar o beijo, ele explorava e sentia o gosto daquela boca como se fosse a última coisa que faria na vida.