Levantei-me para ajuda-lo e sem dizer um apalavra aceitou que eu pegasse os dois pratos de waffle . Reparei rapidamente no moço que preparava os cafés, puro estilo, óculos redondo que cobria boa parte do rosto e cabelo raspado.
-Você ainda não respondeu a minha pergunta - disse Vini.
-Eu não sei qual é o problema, não sei mesmo.- sua mão estava próxima a minha em cima da mesa.
-Você poderia tentar me contar como esta se sentindo, ou quando isso começou.
Não era fácil e nunca vai ser falar sobre isso, mas é necessário. Eu sei que preciso conversar isso com alguém e seria complicado me abrir com meus pais, tentaria conversar com ele. Me esforçaria ao máximo.
-Eu me sinto sozinha, sabe?! E faz bastante tempo isso, ainda tem a não aceitação. Eu não consigo me aceitar, não me acho bonita e nem importante para ninguém. Acho que há coisas boas que não mereço.
O tempo todo me olhou nos olhos, seus olhos azuis que me lembravam das poucas vezes que visitei o mar, eles me levavam para lugares que não sabia que existia. Mas não era bem isso que eu queria falar para ele, não era tudo verdade.
-Olha, eu te entendo eu já passei por isso. Mas tem mais coisa, não tem?!
-Tem.
-Então me conte, eu posso te ajudar, Jade. Mas você precisa me contar tudo o que aconteceu ou ta acontecendo!
-Olha, - ri de nervoso começando a chorar de novo - eu to muito triste, só que não é normal, é constante, o tempo todo. E quando eu estou sozinha na maioria das vezes eu choro mas não sei o motivo.
-Você se cortou?
-Não, mas já pensei nisso, eu não fiz e nem vou fazer nada, não se preocupe.
-Eu vou ficar preocupado por mais que isso não seja a sua intenção - riu - mas eu quero que você saiba que você não vai estar sozinha, não comigo ao seu lado.