Saint Seiya - The Reason

3

O geminiano sentiu o coração palpitar ao ver a menina a sua frente, seus olhos pareciam não aguentar vê-la sem poder tocá-la. Mesmo antigamente, quando era casado, nunca havia sentido essa sensação, era estranho. O famoso Defteros Conti jamais havia se apaixonado perdidamente, não conhecia a fundo as leis do amor, não havia tido a oportunidade de dizer que amava uma mulher e muito menos de dar o seu melhor para fazê-la feliz.

Mas enquanto o homem se perdia nos pensamentos imaginando como seria ter a menina em seus braços, Sasha apenas o observava se questionando o motivo dele estar em pé em sua sala. Sabia que ele era dono de uma marca prestigiada no ramo da moda, mas não imaginava que ele frequentava bairros como o dela.

— Que cara são essas? — a mais nova sorriu em falso e retirou as sapatilhas deixando-as perto da porta. — Parece que viram um fantasma, sou tão horrível assim?

— Na verdade, é muito bonita. — Defteros disse num segundo de distração e recebeu um olhar de Shion em reprovação. — Com todo respeito, é claro.

— Bom. — Sasha olhou o pai e logo percebeu que ele estava completamente sério. — Se precisarem de mim, estarei em meu quarto.

Defteros pensou em dizer que ia precisar dela, mas sabia que agora quem daria as cartas era o próprio Shion, que pro mal dele, estava muito irritado. A jovem subiu as escadas enquanto os três mais velhos se olhavam sem saber o que dizer. Um queria uma esposa, a outra a filha feliz e o outro um emprego, mas ninguém havia se perguntado o que Sasha queria.

Shion fez um gesto para que Defteros voltasse a se sentar, apesar de irritado com a situação, ele ainda tinha muitas coisas a dizer e se Defteros fosse pelo menos um pouco humano, iria entender.

— Eu realmente preciso de um emprego, — começou o ariano. — mas jamais usaria minha própria filha como moeda de troca.

— Ela não é como moeda de troca, senhor, — protestou o geminiano. — tenho muito respeito por Sasha, gostaria de ao menos ter a oportunidade de conhecê-la melhor, sei que não usei das melhores abordagens, mas cada um usa a carta que tem.

— Não que eu queria dizer que essa é a única opção, — Yuzuriha tomou a palavra se aproximando do marido e tomando a mão dele. — mas não me parece de tudo tão ruim, deixa-a escolher por ela mesma.

— Quer entregar nossa filha a um estranho? — o homem de cabelos esverdeados olhou a esposa sem compreender. — Enlouqueceu?

— Claro que não! Não entenda errado, o que quis dizer é que Sasha já é madura o suficiente para escolher o que fazer diante essa situação. — explicou a loira.

Shion sentiu que no fundo Yuzuriha tinha total razão, não poderia esconder Sasha de todos os homens, deveria aceitar que hora menos hora ela iria se envolver com alguém e até mesmo casar. Suspirou fundo sentindo a dor de ter que admitir que a mulher estava certa, mas ainda tinha uma carta na manga para expulsar Defteros, e se bem conhecia a filha que tinha, daria mais do que certo. Deixou-os na sala e subiu as escadas rapidamente tocando o punho na porta do quarto da mais nova, quando a menina de cabelos roxos abriu o pai fez um gesto para que ela o seguisse e quando chegaram a sala ele se sentou para esperar a festa começar.

— O que querem comigo? — a garota passou os olhos verdes pela sala notando a reprovação no olhar da mãe.

— O senhor Defteros veio me oferecer um emprego, querida. — explicou Shion sorridente.

— Em troca de que? — o ariano sorriu ao ver o queixo de Defteros quase ir ao chão com a esperteza da menina. — Não me diga que um homem como o senhor contrata seus funcionários indo pessoalmente na casa deles? — perguntou olhando o rapaz de cabelo azul com certa ironia.

— Ele quer sair com você, Sasha. — informou o pai da menina segurando a vontade de rir.

— Bem, Sasha, quer dar uma volta, posso te explicar melhor? — defendeu-se o geminiano.

— Não. Se queria sair comigo o primeiro passo era me informar e não chantagear meus pais. — a garota caminhou até a porta e a abriu. — Já recusei o seu pedido, se não tiver mais nada a dizer, a porta da rua é de graça.