Defensor

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Taehyung começava a sentir um líquido quente escorrer pela lateral do seu rosto, descendo até o pescoço fazendo ele se arrepiar, é como um bicho gosmento escorrendo pela sua pele. E quente.

Com o maxilar travado pela dor que sentia, notou estar mais perto da sua casa do que imaginava. Logo depois de poucos minutos Taehyung a viu completamente.

A grade do portão em um cinza escuro, os detalhes que continham no portão eram em círculos e outras partes pontudos. Tudo isso ajudava ainda mais em a casa parecer um covil vampiro, com a grama mas laterais, meio amarelada e morta, no centro se estende até degraus, algo semelhante a cimento, só que mais claro, e então, três pequenos e largos degraus depois, tem a porta dupla, uma madeira escura, até mesmo a maçaneta parecia ser algo antigo.

O resto da coloração da casa é vermelho escuro opaco, que de fora dava pra notar ter várias e várias janelas e cômodos, no entanto, cada janela tinha duas grandes cortinas da mesma coloração da casa, deixando-a escura.

Taehyung nunca tinha o trabalho de abrir as mesmas. Talvez fosse por isso que ele é um pouco mais branco que os demais da sua idade, mal pega sol.

Ao abrir a casa, sente o cheiro típico da mesma, suspirando aliviado, mas logo estremecendo. A casa é realmente fria por dentro, às vezes Taehyung se sente incomodado por isso.

Precisava encontrar o seu kit de primeiros socorros que lhe foi dado quando bombeiros fizeram uma pequena palestra na escola de Taehyung, e de “presente” deram isso. Inútil para vários, mas para Taehyung, que já usou tantas vezes, na mesma situação que agora. 

A cozinha é nos fundos da casa, um lugar totalmente diferente de como a casa por fora representava. Taehyung achava que na época que ela for água construída os empregados deveriam cozinhar lá, enquanto os senhores dos criados mal deveriam saber a cor da parede da cozinha.

Estava no armário da mesma, suspirou aliviado quando viu que o corte não é fundo para fazer pontos. Vai apenas limpar o corte e colocar um bom curativo em cima, para não pegar o risco de algo pegar na ferida e infeccionar.

— Taehyung? — O garoto deu um pulo quando a voz grossa apareceu de repente na cozinha, não precisando se virar para saber que pertence ao seu pai.

— Sim, pai? — Falou de costas, querendo muito que pela primeira vez seu pai suma como sempre faz de vez em quando.

— O que aconteceu com você? — Ouviu os passos, e então o toque em seu ombro, o obrigado a virar e fitar o rosto do mais velho. — Quem bateu em você? — Falou com uma voz mais firme.

— Eu… Kwait. Kwait e mais dois me seguravam para ele me socar. Eu estou bem. — Falou simplista. Não gostava que saibam dos seus fracassos na vida escolar, muito menos que é o grande motivo de chacota da escola.

— Você tem que aprender a se defender sozinho. — Falou com o cenho franzido, demonstrando irritação. Agora Taehyung não sabia se é irritação com ele ou com o trio que o bateu.

O garoto teve vontade de rir. Rir de si mesmo por ter passado pela sua cabeça que o pai iria fazer algo que um pai faria. É claro que não. Nada na vida de Taehyung é normal o suficiente para isso.

Parkjoon se afastou do filho indo até a bancada de madeira, soltando um suspiro.

— Chegou alguém novo na sua sala? — Falou, com a sobrancelha arqueada.

Taehyung se perguntou como ele pode fazer um palpite tão aleatório, mas que a resposta seria afirmativa, afinal, Jungkook chegou.

— Ah, sim… um garoto. Jungkook. — Falou virando de costas, não tendo mais a visão das reações de seu pai, começando a separar os algodões.

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