Memórias escassas que não chegam a formar nada. Era um dia chuvoso quando Taehyung fez sua primeira lembrança de seu pai.
A casa estava úmida, e no quintal eram formadas poças de lama sobre o gramado morto, tão diferente da vivida floresta ao lado, em menos de cinco metros da divisa das grades de ferro que separava o pequeno Taehyung, do mundo real.
Naquele dia, Parkjoon fazia esse dia um dia raro: estava em casa. Como qualquer criança de seis anos, queria comer chocolate, por mais que raramente tinha a oportunidade de comer doces, comendo só quando as freiras da igreja principal lhe davam. Com o tempo Taehyung parou de aceitar os doces, percebendo que os tempos de conversa forçada se ampliaram. É, queriam adotar Tae. Provavelmente o fazer um padre.
E, com a cabeça nos doces amendoados das senhorinhas, resolveu descer as escadas descalço, vez ou outra, tropeçando nas calças maiores do que deveriam ser. Com os olhos brilhantes atentos em cada passo que dava, para ser mais cuidadoso e bem, não se esborrachar no chão. Nunca tinha curativos para eles.
- P..pai? - Murmurou, colocando apenas um dos olhos para dentro do cômodo. Via seu pai sentado em uma das poltronas, com uma garrafa de cerveja talvez, em uma das mãos. Seus olhos pareciam totalmente concentrados na janela, que, quase como em cenas de filmes, o luar quase tocava seus pés. Naquele dia o luar estava excessivamente forte.
- O que é, Taehyung? - Perguntou, com sua voz firme, que fez os dedinhos dos pés se encolherem.
- Eu.. queria tomar chocolate quente... está frio e eu.
Ouviu uma risada sarcástica vindo do homem mais velho. Não se moveu, mas, riu. Aquilo vez Taehyung se sentir pequeno. Pequeno e tolo
- Quer chocolate quente? Quem pensa que é? Se quiser chocolate quente, trabalhe e compre por si mesmo. Até lá, fique no seu quarto, e nunca mais, espere que eu vá atender algum pedido seu.
Mas foi inevitável aquele pequeno garotinho tentasse entender o que tanto acontecia em 25 de dezembro, e porque em um certo dia, as crianças ganham muitos chocolates e vão para a escola com três riquinhos nas bochechas. Ele nunca entendia muito bem, porque ele era diferente.
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Taehyung estava vidrado com o que estava acontecendo na quadra de terra, mesmo que ainda não entendesse que tipo de trajes todos ali usavam, logo ignorou com a luta que acontecia logo a sua frente.
Os dois homens iam para o chão e ficavam de pé em segundos, Taehyung sentia que se passasse perderia o apogeu de tudo. Era violento, e cada soco e agarrada que davam parecia forte o suficiente para deslocar qualquer osso do corpo.
As pessoas que estavam ao redor pareciam animadas, gritando nomes, dois em especial.
"Malik! Malik! Malik!"
"Andru! Andru! Andru!"
- Hoseok.. Porque estão gritando esses nomes? Eles não são coreanos. - Com a diferença de nomes, de origens não-asiáticas, Taehyung indagou.
- São os nomes de nossos lobos, Taehyung. Quando estamos lutando, somos chamados por esses nomes.
Taehyung se interessou de repente, achando tudo aquilo muito interessante, se dando conta de como a cultura ali se fazia presente em tudo o sol daquele dia conseguia tocar.
- E qual é o seu? - Com curiosidade perguntou ao moreno, logo vendo um leve sorriso abrir em seu rosto.
- Stelian, deriva de pilar. Aquele lá - Hoseok apontou para o homem que agora estava no chão, colocando toda a força na sua perna para não ficar na posição que o desfavoriceria. - É o Malik, ele é o nosso próximo alfa, sobrinho de Jiyoung. Significa Rei. Acho que não notou, mas.. É o Jeongguk.
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A Marca. - Tk.
FanfictionNão há nada que não deixe Kim Taehyung mais de mal humor do que o próprio tédio. E ele vive de mal humor. Sua vida é chata, rotineira, já mal consegue demonstrar algum tipo de expressão quando aqueles garotos o humilham na frente da escola toda. E...