Prólogo.

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    A luz entrava pelo pequeno quarto do garoto de cabelos castanhos, tão escuros quanto possíveis.

A luz não incomoda muito o garoto, ele está acostumado a luz pela manhã, e, se demorar mais alguns minutos para acordar, vai se atrasar para a sua “amada” escola.

É claro, um animal de estimação poderia acordar ele, lambendo sua cara, ou sentando em cima da mesma, mas não, por mais que Taehyung goste de animais, eles fogem dele como o diabo foge da cruz, para a infelicidade do garoto.

— Uh… — Um resmungo saiu pelos lábios do mesmo, franzindo o cenho ainda de olhos fechados, começando a se espreguiçar na cama um tanto dura.

As pálpebras do mesmo foram abrindo devagar, piscando os olhos diversas vezes, soltando um breve suspiro, se sentando na cama e olhando em volta.

É, ele não acordou em nenhum lugar diferente, num castelo, numa casa aconchegante.

Continuou a mesma coisa, como sempre.

Taehyung pôs suas mãos em seus olhos, um tanto derrotado, ouvindo apenas o silêncio, o perturbador silêncio que fazia naquela casa vazia, já que um dos dois moradores não pisava ali fazia duas semanas inteiras, e por mais que e Taehyung goste de ficar calado, ele não tem nenhuma outra pessoa para trocar palavras além deste homem; seu pai adotivo.

Hye Parkjoon, um homem de trinta e seis anos.
Calado, na verdade, extremamente calado, dificilmente sorri, até mesmo para seu filho.

Taehyung já é acostumado em ele sumir por semanas, voltar sem dizer nada e então, depois de uns dias, sumir novamente. Houve uma época da qual Taehyung perguntou para ele onde o mesmo ia, mas os olhos de seu pai brilharam num tom tão feroz e selvagem.

Morte.

Taehyung viu a materialização da própria morte ali, nos olhos do seu pai. Depois daquele dia, Taehyung nunca mais voltou a perguntar, ele nem sequer tinha vontade de perguntar novamente.

E assim Taehyung tinha sua rotina.
Já de pé, com sua camisa totalmente larga vai até o banheiro tomar seu banho rotineiro, dessa vez porém, lavando os cabelos castanhos escuros.

Taehyung sabia que se não fosse rápido com aquilo, iria se atrasar para a escola, mas na verdade, a intenção dele é somente isso. Talvez assim se livre de passar por aquele monte de gente comentando sobre ele por pura maldade.

Difícil para um garoto de dezessete anos como Taehyung. Quase um herói da nação por ainda ser virgem e não ter dado um beijo sequer, controlando os hormônios a flor da pele que Taehyung sentia muito bem que tem, em vários momentos da sua infeliz vida adolescente.

Soltando pela segunda vez naquele dia um suspiro, ele desligou o chuveiro e então começou a secar seu corpo magro, totalmente desligado do mundo como sempre, típico de Taehyung.

Agora já com suas roupas em seu corpo, seu uniforme, camisa branca por baixo, a gravata azul escuro, a calça social da mesma cor da gravata, e então, um blazer azul um pouco mais claro que a gravata e a calça. Todos ficavam um pouco largos para Taehyung, já que o mesmo não tem tantos músculos como um garoto da sua idade deveria ter. Ao terminar de arrumar a gravata escolar em frente ao espelho, olhou para seu próprio reflexo, vendo aquilo, aquilo que o faz diferente de todos, que impede dele ser alguém normal.

Seus olhos.

Os olhos de Taehyung não se compara a nenhum outro, nem mesmo os olhos violetas, extremamente raros nesse mundo podem superar os de Taehyung.

São vermelho. Não vermelho como os dos albinos que é possível ver as veias na íris dessa raça. Eles são realmente vermelhos, como se estivesse sido banhados no sangue, e então, misturado com um castanho.

Esses olhos tão exóticos que Taehyung carrega fez ele perder amigos que poderia ter, empregos, namorada, e, e não tão menos importante, sua vida colegial. 

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